INTOXICAÇÃO POR ETILENOGLICOL EM CÃES – relato de caso
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Agronegócio

INTOXICAÇÃO POR ETILENOGLICOL EM CÃES – relato de caso

INTOXICAÇÃO POR ETILENOGLICOL EM CÃES – relato de caso
Foi atendido no Hospital Veterinário da ULBRA um canino, fêmea, de 3 anos, 1,8 kg com vômitos há 2 dias, prostração severa, úlceras orais, ataxia e depressão do Sistema Nervoso Central. A proprietária relatou que o cão poderia ter ingerido fluído de radiador de automóvel.

Exame clínico:
Hipotermia (36,0ºc)
Mucosas hipocoradas
Desidratação moderada
FC = 140 bpm
FR = 32 mov/min
TPC = 3 segundos
Prostração significativa
Cavidade oral com sangramento e úlceras
Tratamento: Internação clínica; ambiente aquecido; fluidoterapia; antiemético; antibiótico; protetores de mucosa; furosemida e controle do fluxo urinário; monitorização cardiorespiratória, entre outros.

OBS: O animal apresentou episódios isolados de convulsões, que foram controlados com diazepam.
=> ANTÍDOTO = ETANOL

Antídoto: solução com whisky água e açúcar VO em dose única.
 
Evolução:

No décimo dia de internação o animal já ficava em estação, com leve ataxia, alimentando-se, responsivo à estímulos. Foi prescrita alta, com orientação da manutenção do tratamento prescrito, observação constante e retorno sempre que solicitado para reavaliação.

O animal retornou para revisão oito dias após a alta, alimentando-se normalmente. Ao exame clínico mostrou-se ativo, mas com leve icterícia. Foi coletado sangue para hemograma, creatinina, uréia e fósforo controles. O animal seguiu em acompanhamento. 
 
Considerações:
O etilenoglicol é utilizado como anticongelante de automóveis é a fonte usual de exposição, mas pode ser encontrado em uma variedade de produtos domésticos (material de limpeza, cosméticos, verniz, entre outros).

É absorvido no trato gastrointestinal e rapidamente distribuído nos tecidos; O etilenoglicol por si só, não é nefrotóxico, porém seus metabólitos induzem a lesão renal.

No Brasil as intoxicações por etilenoglicol ainda são raras. Nos EUA 2º intoxicação mais comum identificada em animais de companhia.
Conclusão:
É de extrema importância o rápido reconhecimento desse agravo para que se possa reverter o quadro com a administração do antídoto específico.

Essa intoxicação é grave, sendo que o paciente necessita de terapia intensiva e observação constante, e o prognóstico está diretamente relacionado com a rapidez em que o proprietário procura atendimento, assim, quanto mais rápido for o atendimento melhor será o prognóstico.
Bibliografia:

OSWEILWER, G. D. Toxicology. Williams e Wilkins, 1996.pag. 319 e 320.

RADI, Z. A. et al.; Ethylene Glycol Toxicosis in Chickens. Veterinary and Human
Toxicology. February, 2002.pag. 36 e 37.

RUMBEIHA, W. K.; BRANT, S. M. G. Newer antidotal therapies. Elsevier Science, 2002.pag. 232 a 239.

STOKES, J. E.; BARTGES, J. W. Causes of Acute Renal Failure. May, 2006. pag 387 a 395.

THRALL, M. A.; Intoxicação com Etilenoglicol. In: TILLEY, L. P.; SMITH JR., F. W. K. Consulta Veterinária em 5 Minutos – Espécie Canina e Felina. São Paulo: Manole. 2005.

WARE, W. A.; Insuficiência Renal. In: NELSON, R. W.; COUTO, C. G.; Medicina Interna de Pequenos Animais. Rio de Janeiro: Elsevier. 2006.

WEBSTER, C. R. L.; Farmacologia Clínica em Medicina Veterinária. São Paulo: Roca. 2005.
 
Autores:
 
1Estudantes de Medicina Veterinária – Ulbra/Canoas
2Medica Veterinária – Residente HVUlbra




 




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