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Por que o Agro usa menos nanotecnologia?

Ainda existem desafios a serem superados, aponta especialista


Foto: Marcel Oliveira

“Causa-me estranheza não ver o uso da Nanotecnologia na agricultura, que na minha opinião é uma das tecnologias mais revolucionárias para o presente e para os próximos anos. Mas por que ainda não temos resultados práticos na agricultura com o uso dessa tecnologia, como temos na Medicina, na Indústria, nos cosméticos e em outros segmentos?” O questionamento é apresentado por Renato Seraphim, especialista em agronegócio.
 
Ele lembra que existem mais de nove mil produtos baseados em nanotecnologia no mercado na eletrônica, construção, cosméticos, defesa e medicina, entre outros. “O tamanho do mercado global de cuidados com a saúde através do uso da Nanotecnologia deve chegar a US$ 306,100 milhões até o final de 2025. E qual será o mercado dessa tecnologia na Agropecuária?”, aponta.

De acordo com o especialista, a nanotecnologia poderia ser aplicada na agricultura, pecuária, avicultura, suinocultura, e para muitas aplicações, tais como:

1 - Revestimento inteligentes com liberação de fungicida / inseticida /coatings para o tratamento de sementes
2- Nanocápsulas para liberação controlada de agroquímicos, produtos biológicos e fertilizantes
3- Nano capsulação biológica para melhoria fixação Nitrogênio, menor liberação de ativos
4- Sensores inteligentes para solos, plantas e zoonoses
5- Revestimentos antibacterianos para frutas 
6 - Embalagens inteligentes para produtos perecíveis
7- Como já desenvolvido para os humanos,  remédios para serem utilizados em nossos rebanhos, aves, peixes, suinocultura etc..
 
“Apesar dos grandes avanços que a nanotecnologia tem proporcionado a diversos setores industriais, ainda existem desafios a serem superados, principalmente relacionados aos aspectos relativos à Nanorregulação e à Nanossegurança. Este último termo, em particular, tem sido aplicado especificamente a situações relativas à saúde e ao meio ambiente dos trabalhadores”, alerta Seraphium.

No Brasil, destaca, a união de esforços entre governo, academia e setores industriais resultou no Projeto de Lei 88/2019, criado para estabelecer o Marco Regulatório da Nanotecnologia e o Programa Nacional de Nanossegurança: “O programa é um incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de nanotecnologias e visa fortalecer a aplicação das nanotecnologias nas empresas brasileiras, contribuindo para o aumento da produtividade e da competitividade no cenário internacional”.

“Em situações em que não há regulamentações específicas, muitos setores industriais têm utilizado as diretrizes da International Organization for Standardization (ISO). Para nanotecnologia, a ISO / TC 229 é o comitê responsável pelo desenvolvimento de normas e padrões para sua terminologia, metrologia, instrumentação, segurança, etc”, explica o especialista.

“É claro para mim que a nanotecnologia terá um papel significativo em todos os campos industriais. Junto com outras tecnologias, como inteligência artificial, aprendizado de máquina, IoT, big data, realidade virtual e aumentada e computação em nuvem, a nanotecnologia tem uma aptidão extraordinária para inovações e revelações marcantes que podemos trazer com urgência para a agricultura”, conclui.

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