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Controle (manejo integrado) da podridão radicular (Rhizoctonia solani) no tomate

Leia sobre o manejo integrado da podridão radicular (Rhizoctonia solani).


Foto: Agrolink

A podridão radicular é causada pelo fungo Rhizoctonia solani, que infecta tecidos vegetais não lignificados. O fungo é um habitante natural do solo, e pode infectar as sementes ou as plântulas, causando o tombamento de pré ou pós-emergência. Esse fungo possui ampla distribuição pelo mundo, ampla gama de plantas hospedeiras, pode sobreviver nos restos culturais e forma escleródios, características que favorecem a disseminação da doença. Causa severos danos em culturas como tomate, batata, algodão, plantas frutíferas etc.

Existem diferentes grupos do fungo, mas os grupos AG3 e AG4 são os mais relatados. O AG3 é específico para tomate, enquanto o AG4 infecta ampla gama de plantas agrícolas (feijão, soja, batata, etc.), além de plantas invasoras como beldroega, caruru e maria pretinha.

Temperaturas amenas (menores do que 25ºC) e solo úmido favorecem a infecção do fungo, condições essas que são comuns em viveiros, onde também ocorre alta densidade de plantas, plantio escalonado, reutilização de materiais etc., o que pode resultar em epidemias da doença.

 

Sintomas de Rhizoctonia solani

O tombamento pode ocorrer antes (sementes se decompõem pela doença) ou depois da emergência das plantas (plântulas ficam com manchas marrons que causam estreitamento do caule). Esses sintomas geralmente são observados em reboleiras. 

A podridão do colo é caracterizada por lesões irregulares e profundas, com coloração marrom-avermelhada, próximas ao solo. Como o colo é um tecido lignificado, está pouco sujeito à infecção, porém, mesmo que não ocorra o tombamento ou morte da plântula, os vasos ficam comprometidos, tendo maior suscetibilidade ao déficit de nutrientes e estresse hídrico, o que consequentemente reduz a produtividade.

Nas folhas e ramos, ocorre uma podridão mole, recoberta por um micélio de coloração marrom do fungo. Já os frutos ficam com uma podridão marrom, inicialmente firme, que se torna amolecida conforme a doença avança. Podem ocorrer bandas concêntricas com diferentes intensidades de coloração marrom. Em condições de alta umidade, ocorre formação de micélio de cor creme.

 

Controle de Rhizoctonia solani

As estratégias de controle para Rhizoctonia solani visam reduzir o inóculo do patógeno na área, evitando sua entrada e eliminando as plantas com sintomas da doença. Também deve-se manejar o cultivo para não favorecer a epidemia. Leia abaixo as técnicas para reduzir a doença na sua lavoura:

  • Em caso de irrigação, irrigar com lâminas maiores e turno de rega maior;
  • Evitar plantios em solos mal drenados;
  • Em algumas culturas, planejar o plantio para que a colheita não coincida com o período chuvoso;
  • Favorecer a ventilação na lavoura;
  • Realizar adubação equilibrada, evitando excessos, principalmente no caso do nitrogênio;
  • Realizar a rotação de culturas;
  • A aração profunda diminui o inóculo perto da superfície do solo e promove rápida decomposição de resíduos infestados;
  • Evitar a semeadura profunda;
  • Quando possível, realizar o plantio em épocas quentes;
  • Quanto às bandejas em produção de mudas;
    • Não reutilizar bandejas em produção de mudas, caso tenha ocorrido tombamento, ou pelo menos lavar e desinfetar as bandejas com produtos sanitizantes;
    • Manter maior distanciamento das bandejas;
    • Realizar o tratamento de sementes e mudas;
    • Eliminar ou isolar bandejas com plantas tombadas;
    • Identificar a fonte de inóculo caso ocorra tombamento;
  • Eliminar restos culturais;
  • Realizar o tratamento de sementes.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

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