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Calor e estiagem beneficiam uva na Itália


A estiagem e as temperaturas anormalmente elevadas nesta época anteciparam a vindima italiana em duas semanas ou mais neste ano e os vitivinicultores estão animados com a qualidade das uvas, apesar de a quantidade ser cerca de 10% abaixo da média.

Os produtores de uva estavam dispostos a iniciar a colheita por temer a repetição da safra passada, quando uma seca parecida foi interrompida em agosto por chuvas torrenciais e granizo que devastaram as vinhas e resultaram na menor produção de vinho da Itália em dez anos, somente de 42,4 milhões de hectolitros, segundo informações dos produtores locais.

Boa safra

Apesar de ter prejudicado outros produtos agrícolas, a estiagem produziu uma uva quase perfeita para a fabricação de vinho, segundo informações de peritos.

Mattia Vezzola do vinhedo Bellavista em Franciacorta, uma área que produz os vinhos espumantes mais prestigiosos da Itália, afirmou que "não podemos prever se esta será uma safra histórica, mas certamente vai ser excepcional."

"Apesar do calor e da seca, as uvas chardonnay têm um teor de açúcar acima da média, a acidez é moderada e há muito pouco sal mineral. Tudo isso deverá garantir uma estabilidade e frescor para os futuros vinhos. Sem dúvida, será uma boa safra com uma quantidade ligeiramente abaixo da média."

A colheita em Franciacorta, que no dialeto local significa "pequena França", começou na semana passada. O vinho espumante ali elaborado leva o nome dessa região no norte da Itália, depois que se tornou ilegal chamá-lo de vinho ao estilo de "champagne".

No outro extremo da Itália, a colheita no vinhedo Donnafugata, em Contessa Entellina, Sicília, começou na última semana. Segundo informações obtidas de fontes locais, a safra deste ano parece ser excepcional tanto em quantidade como em qualidade.

Temperatura amena

Durante os últimos cinco anos, o vinhedo Donnafugata, na encruzilhada das províncias de Trapani, Agrigento e Palermo, colheu suas uvas à noite para se aproveitar das temperaturas mais amenas que beneficiam não só os apanhadores mas também as próprias uvas, que devem ser fermentadas a dez graus Celsius, informaram fontes.

A produção de vinho na Itália neste ano deverá atingir a casa de 50 milhões de hectolitros. Isso representa aumento perto de 12% em relação a 2002, quando a produção despencou quase 15% sobre o nível do ano anterior, e semelhante às colheitas de 2001 e 1997.

A Itália não é o único país neste ano em que condições climáticas extremas estão condicionando a produção de vinho. A França e a Espanha também foram afetadas pelo calor e estiagem na Europa, enquanto no outro lado do mundo os vinhedos na Austrália e na Nova Zelândia tiveram de enfrentar geadas destrutivas que reduziram a produção em 15%.

Mesma quantidade

Segundo o sindicato dos produtores Confagricoltura, será improvável que a Austrália conseguirá exportar para a União Européia (UE) a mesma quantidade de vinho que exportou no ano passado. Em 2002, o país exportou 2,4 milhões de hectolitros para a União Européia (UE), que representaram 25% do total de vinho importado pelo bloco econômico.

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