CI

União Européia lembra que mantém oferta agrícola na OMC



A União Européia (UE) lembrou ontem (09-12) que não mudou sua oferta de liberalização agrícola para as negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), às vésperas da participação do comissário europeu Pascal Lamy no encontro do G-20 e na reunião de cúpula do Mercosul, nos próximos dias.

Lamy, que visitará os países do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) de 10 a 16 de dezembro, explicará ao G-20 em Brasília "como a UE vê o futuro das negociações na OMC, e quer ouvir as contribuições dos ministros do grupo de países em desenvolvimento diante da retomada da rodada da OMC", disse sua porta-voz.

Os chanceleres da UE adotaram hoje uma nova posição negociadora, que mantém sua oferta agrícola e oferece concessões em outras áreas. A oferta européia, feita junto com os Estados Unidos para reduzir os subsídios agrícolas, e não eliminá-los como pedem os países em desenvolvimento, é a mesma apresentada na fracassada reunião ministerial da OMC em Cancún (México), no último mês de setembro.

Na próxima reunião da OMC, que segundo fontes da organização não será neste dia 15, e sim mais tarde, "a UE estará disposta a negociar temas agrícolas se forem modificados dois pontos da última proposta, a apresentada em Cancún pelo chanceler mexicano, Luis Ernesto Derbez, anunciou Tassos Haniotis, subchefe de gabinete do comissário europeu de Agricultura, Franz Fischler. Estas mudanças afetam a redução das ajudas à exportação, acrescentou.

Em outras áreas, a UE oferece concessões nos chamados temas de Cingapura, denominações de origem e meio ambiente, e pede aos demais membros da OMC melhores ofertas de serviços e tarifas industriais. Quanto aos temas de Cingapura - facilitação do comércio, transparência das compras governamentais, investimentos e concorrência - que bloquearam a reunião de Cancún, os europeus estão dispostos a negociá-los com os países que desejarem fora do acordo global.

Lamy quer discutir com o Mercosul "como articular as negociações entre a UE e o bloco - para um acordo de associação e livre comércio - com as discussões na OMC, já que se negocia o mesmo: abrir os respectivos mercados ao comércio de produtos agrícolas", disse sua porta-voz, lembrando que na negociação bilateral será abordada a "redução de tarifas para os produtos agrícolas, enquanto a da OMC incluirá a redução dos subsídios internos e dos subsídios para a exportação".

Com o Mercosul, a UE quer "um acordo sobre a base um mais um. Estamos negociando com uma região, e não com quatro países", comentou. "O Mercosul está menos integrado em outras áreas, como a sanitária e fitossanitária, investimentos e propriedade intelectual, motivo pelo qual a UE quer discutir como articular a negociação birregional nos temas em que não há integração regional".

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.