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Milho safrinha: queda na produção, mas preços em alta

Queda na área plantada impacta produção nacional de milho em 7,6% na comparação com 2023.


Apesar da queda na produção, a safra de milho brasileira ainda é forte e pode garantir bons preços aos produtores. Apesar da queda na produção, a safra de milho brasileira ainda é forte e pode garantir bons preços aos produtores. - Foto: USDA

De acordo com o mais recente boletim de monitoramento da produção agrícola mundial do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de milho do Brasil para a Safra 2023/24 está estimada em 124,0 milhões de toneladas. Essa estimativa se mantém inalterada em relação ao mês anterior, mas representa uma queda de 13,0 milhões de toneladas (-9%) em comparação com a safra recorde do ano passado.

A área colhida para as três safras de milho no Brasil também permanece inalterada em relação ao mês anterior, com 21,9 milhões de hectares. Essa área é 0,5 milhão de hectares (-2%) menor do que a do ano passado. Já a produtividade está estimada em 5,66 toneladas por hectare, -7% abaixo do rendimento recorde do Safra 2022/23, mas +2% acima da tendência de rendimento de 10 anos.

A principal mudança em relação ao mês anterior está na safra de safrinha, que teve sua área plantada drasticamente reduzida devido à pressão do mercado. A área plantada para a safrinha 2023/24 é de 15,9 milhões de hectares, cerca de 7,6% menor do que no ano passado. Essa é a maior redução de área observada para a safra brasileira de safrinha.

Variação de área plantada da 1ª safra (amarelo) e safrinha (verde) em relação a sequência de safras.
Fonte: WAP/USDA

O estado com a maior redução de área na safrinha é Mato Grosso, o maior produtor do país. A área plantada no estado caiu 9%, ou 656.000 hectares.

A colheita da primeira safra (19% da produção total) está em andamento e está cerca de 29% concluída no início de março, em comparação com 23% no mesmo período da temporada passada.

O plantio da safra de safrinha (78% da produção total) está progredindo rapidamente em vários estados do centro-oeste e sul. A semeadura geral está à frente do ritmo de 5 anos, com 74% a nível nacional, em comparação com 64% na temporada passada.

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) relata que 90% da área foi plantada no estado de Mato Grosso para até o início de março, acima da média de 5 anos. Aproximadamente 90% da safra em Mato Grosso foi semeada dentro da janela ideal por IMEA. No segundo maior produtor de safrinha, o Paraná, a semeadura está atualmente em 66%, bem acima da média de 5 anos de 44%.
 

A umidade no solo é adequada na maioria das regiões (áreas em verde). Entretanto, alguns bolsões de solo seco são observados no mapa de anomalia de umidade no solo, indicando áreas mais secas (áreas em marrom e vermelho).
Fonte: WAP/USDA


A umidade do solo é favorável na maioria dos estados, exceto em algumas áreas localizadas no estado do Mato Grosso do Sul. O plantio continuará em março no centro-oeste e sul e até maio no nordeste. O pico da colheita vai de junho a agosto.

A queda na produção de milho do Brasil este ano pode ter um impacto nos preços do mercado interno e internacional. O USDA prevê que os preços do milho no Brasil devam aumentar nos próximos meses, devido à menor oferta e à forte demanda interna. No mercado internacional, os preços do milho também podem ser influenciados pela produção de outros países, como os Estados Unidos e a Argentina.

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