Brasil aposta no reflorestamento e mercado de carbono
Dados recentes mostram que apenas 1% da meta de plantar 12 milhões de hectares de floresta até 2030 foi atingida até o momento
O Brasil busca ativamente soluções para cumprir suas metas ambientais ambiciosas, especialmente aquelas relacionadas ao reflorestamento e à redução das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, dados recentes mostram que apenas 1% da meta de plantar 12 milhões de hectares de floresta até 2030 foi atingida até o momento.
Para enfrentar esse desafio, o governo estabeleceu metas ousadas, incluindo a redução de 48% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, conforme a Contribuição Nacional Determinada (NDC) divulgada recentemente. O cumprimento dessas metas não apenas beneficia o meio ambiente e o clima, mas também oferece perspectivas promissoras para a geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico.
De acordo com uma pesquisa do Instituto Escolhas, o alcance da meta de reflorestamento poderia gerar uma receita líquida impressionante de R$ 776,5 bilhões e criar 2,5 milhões de novos empregos. A estimativa inclui a produção de 1 bilhão de metros cúbicos de madeira para comercialização e 156 milhões de toneladas de alimentos.
Um exemplo inspirador desse esforço está na Fazenda Babilônia - Flores do Ipê, localizada em Goiás. Ao aderir ao projeto de reflorestamento, o proprietário, César Sandri, não apenas contribui para a restauração de florestas nativas, mas também diversifica sua produção, cultivando a castanha de baru. Esse fruto versátil não apenas promete ser uma fonte saudável de alimentos, mas também cria oportunidades econômicas significativas. Sandri destaca o compromisso com o meio ambiente e a satisfação de identificar espécies raras de aves na área de reflorestamento da fazenda.
Além dos benefícios ambientais e econômicos, projetos como o Emas-Taquari, no Cerrado, também contribuem para a regularização de terras, conforme ressalta Bruno Matta, CEO da brCarbon, uma climate tech brasileira envolvida no projeto. O reflorestamento e a restauração de áreas sem floresta há pelo menos 10 anos não apenas geram renda extra por meio da produção de espécies nativas, como a castanha de baru, mas também possibilitam a geração de créditos de carbono. A expansão desses projetos visa alcançar a impressionante remoção de mais de 670 mil toneladas de CO2.