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Pastagem e equilíbrio do sistema produtivo


Altamiro Alvernaz

Chegamos ao mês de maio, e com ele trazemos mais resultados da safra de verão e de manejos em pastagem aproveitando os microrganismos vivos do solo, conforme prometi na coluna passada.

Tive acesso a uma pesquisa que vem sendo realizada há 5 anos utilizando-se apenas fosfato natural e potássio natural em pastagem no Mato Grosso do Sul e que trazem resultados promissores. Os estudos, em fase final, foram realizados pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural, AGRAER, e trarão grandes esperanças ao pecuarista. O que estão constatando é que a utilização de fosfato natural ao longo dos anos ajuda a aumentar parâmetros produtivos na pastagem: produção de massa seca da forrageira, concentrações dos macros e micros elementos no solo e nas folhas, análise biológica do solo e valor nutricional da forrageira. Ao longo dos 5 anos, em apenas 3 mil m2 de pastagem, 26 animais se alimentavam.

O fato de o fosfato natural não passar pelo processo de acidulação dos fertilizantes minerais fosfatados é, na realidade, um dos grandes motivos pelo sucesso dos estudos. Ao não agredir o solo, o fosfato natural ajuda indiretamente no aumento da biodiversidade do solo, na chamada biologia do solo. Isso faz com que as diversas interações complexas voltem a se desenvolver entre a raiz da braquiária e os microrganismos do solo, aumentando a população deste último.

João Pedro Cuthi Dias, agrônomo respeitado de Mato Grosso do Sul, ex-secretário de Meio Ambiente do Estado e ex-secretário adjunto de Planejamento, Ciência, e Tecnologia do Estado, utilizou em sua propriedade a metodologia de equilíbrio do ambiente produtivo, uma metodologia onde você traz de volta a saúde do solo com a inclusão de vida no seu sistema de produção. Segundo o próprio “a pastagem respondeu e desde então cresce constantemente há dois anos.” Esse é mais um exemplo de sucesso na utilização desse conceito de equilíbrio do ambiente produtivo através da inclusão de microrganismos vivos no sistema de produção.

Outro estudo realizado com essa mesma metodologia de equilíbrio do ambiente produtivo, mas para pastagem degradada, foi realizada pelo Doutor em solos, cofundador da Embrapa e ex-secretário de agricultura e pecuária do Estado do Mato Grosso do Sul, Ubirajara Fontoura, em conjunto com João Pedro Cuthi Dias. Durante dois anos, em propriedades do Mato Grosso do Sul, utilizaram a metodologia de equilíbrio do ambiente produtivo na recuperação de pastagem. Em todos os casos a pastagem surgiu com força, vigor e era visível a diferença frente onde essa metodologia não era utilizada. Conversei com o Sr. João Pedro e com o Sr. Ubirajara sobre os experimentos e ambos foram categóricos em dizer que “equilíbrio do ambiente produtivo é a solução para muitos dos nossos problemas atuais. Isso é uma agricultura regenerativa.”

E eu completo: só existe agricultura regenerativa se houver equilíbrio do sistema produtivo. Sem um manejo que possibilite a diversidade microbiológica de um ambiente, isso é impossível. Equilibrar o ambiente produtivo é a solução para conseguirmos mais produtividade sem agredir a natureza.

E vou fechar apresentando resultados de soja onde foi aplicado a metodologia de equilíbrio do ambiente produtivo com a TCP, a tecnologia do consórcio probiótico. Em Chapadão do Sul, Grupo Schlatter, resultados de duas fazendas do grupo. Na primeira fazenda: testemunha 74 sacas, TCP 82 sacas. Na segunda fazenda: testemunha 74,68 sacas, TCP 87,85 sacas. O aumento de produtividade é a consequência de um manejo voltado ao equilíbrio produtivo. Com um ambiente equilibrado as interações entre raiz, solo e microrganismos é intensa e quem ganha é quem está habitando esse solo, as plantas. Crescendo em um ambiente equilibrado, ela cresce mais sadia, com mais força. E a consequência disso é a maior produtividade. Lembrem-se: solo fértil é diferente de solo saudável. Fica a dica.

Até o mês de julho. Que Deus nos abençoe. Um grande abraço.

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