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Doenças em soja


Dirceu N. Gassen

Doenças nas lavouras

A doença que ocorre com maior intensidade é o míldio (Peronospora manshurica) e com severidade que preocupa, porém não há evi-dências de danos (coeficiente de dano baixo) nem eficácia de controle com os fungicidas recomen-dados para a soja.

Nessa fase de desenvolvimento reprodutivo da soja está ocorrendo com maior intensidade a seca-da-haste (Phomopsis sojae) e a antracnose (Colletotrichum dematium). Esses dois patógenos apresentam sintomas que podem ser confundidos a campo e necessitam de análise de laboratório para diferenciação. Causam danos severos em anos chuvosos.

O cancro-da-haste (Diaporthe phaseolorum) ocorre esporadicamente nas lavouras.

O oídio (Microsphaera diffusa) não desenvolveu nas lavouras na safra 2001, não havendo necessidade de controle desse patógeno.

A mancha-parda (Septoria glycines) a mancha-alvo (Corynespora cassiicola), a antracnose na folha (Colletotrichum dematium), o crestamento foliar de cercospora (Cercospora kikuchii), a mancha olho-de-rã (Cercospora sojina) causam rápida queda das folhas nas partes inferiores das plantas, permanecendo apenas as folhas do terço superior. Essas folhas devem ser mantidas sadias até a fase de enchimento dos grãos (R6), meados ou fim de março.

A podridão-vermelha-da-raiz ou síndrome-da-morte-súbita (SMS) (Fusarium solani), a mancha-em-reboleira ou rizoctonia (Rhizoc-tonia solani), a podridão-branca da haste (Sclerotinia sclerotiorum), a podridão-negra-da-raiz (Macrophomina phaseoli-na), a podridão-radicular (Phytophthora sojae), a podridão-parda da haste (Phialo-phora gregata) e outros agentes que afetam a circulação da seiva e a nutrição das plantas resultam em sintomas de folha-carijó e a mela ou requeima. Esses sintomas estão ocorrendo com intensidade maior do que em anos anteriores.

Os patógenos que desenvolvem no caule e nas partes subterrâneas não são controlados com a aplicação de fungicidas.

Uso de fungicidas

O uso de fungicidas em soja na safra 2001 está sendo evitado pelo agricultor, por causa da sanidade aparente das folhas do terço superior das plantas. Essas folhas poderão continuar verdes e sadias, como poderão ocorrer epifitias (erupções de doenças de plantas) causadas por fungos. As condições de umidade elevada são favoráveis ao desenvolvimento de fungos.

O uso ou não de fungicidas em 2001 é uma decisão difícil. Os agricultores que usaram fungi-cidas em anos anteriores e conhecem o retorno e-conômico e a sanidade das plantas, continuam fa-zendo as aplicações. As dúvidas estão associadas ao amassamento de plantas na lavoura e à aparente ausência de danos causados por patógenos.

A eficácia de fungicidas está na aplicação preventiva, tornando-se difícil garantir diferença no rendimento e na sanidade de plantas. Se não ocorrer doença, não haverá retorno. Se ocorrer doença, visualmente, na lavoura, o prejuízo já foi elevado e o uso de fungicida não recuperará o dano causado. “É o pagamento de seguro para um dano que poderá ocorrer”.

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