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Colheita da cultura do algodão

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Foto: Embrapa

A modernização da lavoura do algodão com grandes plantios comerciais e a escassez de mão-de-obra no meio rural, contribuíram para a utilização, em larga escala, da mecanização do cultivo, sendo a colheita através de colheitadeiras automotrizes, um dos principais segmentos necessários para viabilizar a exploração da cultura em grandes áreas. A colheita mecanizada é extremamente vantajosa em relação à manual, pois os custos operacionais são reduzidos, há melhoria na qualidade do produto colhido, a colheita é feita com maior rapidez, o teor de impurezas é menor, evita a presença de contaminantes, além de economia de mão-de-obra nas operações de recepção do produto colhido, pesagem e utilização de sacarias, o que inviabilizaria grandes extensões de cultivo. No Brasil existem duas marcas de colheitadeira de algodão do tipo picker constituídas, em sua maioria, de 5 unidades colhedoras que, em condições normais, colhem entre 15 a 17 hectares equivalendo a uma produção de 4500 a 5100 arrobas de algodão em caroço, em uma jornada diária de trabalho.

Desempenho da colheitadeira

Pontos fundamentais sobre a implantação e o manejo da cultura, para se obter o máximo desempenho de uma colheitadeira associado à alta qualidade do produto colhido:

- Preparar e nivelar bem o terreno, que deve ser, de preferência, plano não exceder a 8% de declividade, isento de pedras, tocos e sulcos de erosão;

- Realizar a semeadura, de preferencia em fileiras retas, proporcionando densidade uniforme entre 10 a 12 plantas por metro linear, e a semeadora adubadeira a ser utilizada deverá ter o mesmo número de unidades colhedoras da máquina, ou número múltiplo;

- A variedade deve ser de estrutura compacta, com tamanho homogêneo de plantas e de ciclo relativamente precoce, para proporcionar madurez uniforme na ocasião da colheita;

- A adubação deve ser, equilibrada, de acordo com as necessidades do solo e da planta, com vistas a se obter um ótimo desenvolvimento, maturação do cultivo e produtividade;

- O controle de ervas daninhas deverá ser cuidadoso e eficiente, em função das dificuldades que elas impõem ao bom desempenho das colheitadeiras, além de depreciar a qualidade da fibra;

- Reguladores de crescimento – a altura ideal das plantas para o bom desempenho das colheitadeiras, pode variar entre 1,0m a 1,30m; entretanto, para o algodão, como tem hábito de crescimento indeterminado, deve haver equilíbrio entre o crescimento (vegetativo e reprodutivo) e o desenvolvimento, que é de natureza seqüencial. Os reguladores de crescimento atuam sobre o metabolismo da planta reduzindo o tamanho dos internódios, do número de nós, do comprimento dos ramos vegetativos e produtivos e da altura das plantas;

- Desfolhantes: a colheita do algodão na presença de folhas verdes provocará a contaminação com restos foliares, que aumentará a umidade e produzirá manchas de clorofila na fibra, afetando a qualidade do produto; portanto, recomenda-se a aplicação de desfolhantes quando 60 a 70% dos frutos ou capulhos estiverem abertos e a desfolha ocorre entre 7 a 15 dias após a aplicação do produto. No caso de grandes áreas recomenda-se fazer a desfolha de forma escalonada, compatível com a capacidade de colheitas das máquinas;

- Umidade da fibra: a umidade ideal para se proceder à colheita é de 12% com 95% dos capulhos abertos. Em áreas onde cai orvalho, recomenda-se que a colheita recomece pela manhã, quando o mesmo já tenha secado, ou seja, entre 8:30 e 9:00 horas e não se deve prolongar até altas horas da noite quando o orvalho já tenha começado a cair, pois é difícil de se colher algodão úmido.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

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