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Preços mundiais do arroz voltam a cair

Em abril, os preços mundiais do arroz caíram novamente em uma média de 3%


Foto: Pixabay

Em abril, os preços mundiais do arroz caíram novamente em uma média de 3%, devido à redução da demanda global e à chegada das novas safras asiáticas ao mercado. Quedas foram observadas em todos os mercados mundiais, inclusive no hemisfério ocidental. Entretanto, cortes mais significativos foram registrados na Tailândia, em parte devido à desvalorização do bath em relação ao dólar. Os preços do Paquistão recuaram devido a um mercado externo mais lento. Em contraste, as quedas foram menos acentuadas no Vietnã e na Índia, em torno de 1%, graças a demandas mais ativas, especialmente do Sudeste Asiático e da África Subsaariana. A demanda global tendeu a se recuperar no final de abril, levando a um aumento significativo nos preços no início de maio, por causa também à valorização das moedas asiáticas em relação ao dólar.

Essa tendência altista continuava em meados de maio devido ao aumento da demanda de importação, embora a oferta ainda não tenha aumentado muito. Entretanto, é pouco provável que esse aumento repentino continue nas próximas semanas, já que as perspectivas para a produção global melhoraram e espera-se que o comércio global diminua novamente em 3%. Por outro lado, o mercado está na expectativa do retorno da Índia ao mercado global, mas isso não deveria ser totalmente efetivo antes do final do ano. Em abril, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) caiu 9,2 pontos, para 287,2 pontos (base 100 = janeiro de 2000), contra 296,4 pontos em março. Em meados de maio, o índice IPO tendia a se recuperar para 290 pontos. Produção mundial De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2023 aumentou 0,7%, para 797,0 Mt (529,2 Mt base beneficiado), contra 791,8 Mt em 2022, superando o nível recorde de 2021. Esse aumento revela as boas perspectivas na Ásia, África e América do Norte. No Paquistão, a produção aumentou 30%, compensando parcialmente as quedas na Índia, Tailândia e China.

Nos Estados Unidos, após uma temporada decepcionante em 2022, a produção se recuperou significativamente em 37%, retornando ao seu nível de 2021. Em contraste, a produção do Mercosul diminuiu novamente em 2023 devido às más condições climáticas. Comércio e estoques mundiais O comércio mundial de arroz em 2023 teria caído 6%, para 52,9 Mt, contra 56,4 Mt anteriormente. A queda se deve principalmente à redução das importações chinesas, mas também ao aumento da produção em algumas regiões deficitárias, principalmente na África, no Oriente Médio e no sul da Ásia. Além disso, a decisão da Índia de proibir as exportações de arroz não-basmati contribuiu para acentuar a queda no comércio mundial.

O forte aumento nos preços mundiais, causado em grande parte por essas restrições, forçou alguns países importadores a adiar e/ou reduzir suas demandas de importação. No entanto, parte da redução das exportações indianas foi compensada pela Tailândia e pelo Vietnã, que aumentaram significativamente suas vendas externas em 15% em 2023. Em contraste, as exportações indianas de arroz, em todas as categorias combinadas, caíram 20%. As primeiras projeções para 2024 apontam para uma nova contração no comércio mundial de 3,4%, para 51,3 Mt. Os estoques mundiais de arroz terminando em 2023 teriam finalmente permanecido estáveis em 196,0 Mt, contra 196,2 Mt em 2022, representando 37% das necessidades de consumo mundial. Em 2023, os estoques chineses teriam caído novamente para compensar a estagnação da produção e a redução das importações.

Entretanto, os estoques chineses continuam abundantes, correspondendo a 70% do consumo doméstico anual e 50% dos estoques mundiais. Na Índia, os estoques teriam aumentado em 4%, em grande parte devido às restrições de exportação. Os estoques dos principais países exportadores teriam atingido 57,5 Mt em 2023, representando 30% dos estoques mundiais. Em 2024, os estoques mundiais poderiam aumentar em 1,4%, atualmente estimados em 199,2 Mt. Na Índia, o preço do arroz parboilizado caiu 1,5% devido à diminuição da demanda africana. Os compradores esperavam novas reduções de preço. A perspectiva para a safra Rabi é otimista, graças às boas chuvas. A política comercial da Índia para os próximos meses ainda não está clara. Portanto, o mercado está aguardando as decisões a serem tomadas pelo governo após as eleições gerais, cujos resultados não serão conhecidos antes do início de junho.

No momento, as exportações indianas estão estimadas em 16,5 Mt em 2024, contra 17,9 Mt em 2023. Em abril, o arroz parboilizado indiano atingiu a média de $ 545/t Fob, contra $ 553 anteriormente. Em meados de maio, o preço se negociava a $ 535. Na Tailândia, os preços caíram significativamente em 5,5% devido à chegada da nova safra e à desvalorização do bath em relação ao dólar. Apesar da estagnação da produção de 2023/2024, a oferta de exportação continua satisfatória. As vendas externas poderiam atingir 8,5 Mt contra 8,7 Mt em 2023. Em abril, o preço do arroz tailandês 100%B ficou em média de $ 592, contra $ 625 em março. O arroz parboilizado caiu para $ 579, contra $ 614. O arroz quebrado A1 Super também caiu 5%, para $ 461 contra $ 485.

Em meados de maio, os preços tailandeses tendiam a subir após uma retomada da demanda de importação, combinada com uma revalorização do bath em relação ao dólar. No Vietnã, os preços de exportação foram mais resistentes, perdendo apenas 1,5% graças à demanda das Filipinas, seu principal mercado. Em abril, as exportações vietnamitas mostraram novamente forte atividade, excedendo 1 milhão de toneladas, como no mês anterior. Elas teriam atingido 3,2 Mt durante os primeiros quatro meses do ano, já 10% a mais do que em 2023. No total, as exportações vietnamitas poderiam exceder 8 Mt, contra 8,2 Mt anteriormente. Em abril, o arroz Viet 5% foi negociado a $ 580, contra $ 588. O Viet 25% marcou $ 556, contra $ 564. Em meados de maio, os preços tendiam a se fortalecer dentro de um mercado externo ativo. No Paquistão, os preços do arroz caíram em média de 2,5% dentro de um mercado de exportação pouco ativo. Os importadores estão aguardando uma flexibilização das restrições comerciais da Índia e tendem a adiar as compras em grande escala. No entanto, as perspectivas de exportação do Paquistão continuam otimistas, com um potencial recorde de 5,5 Mt, contra 4,5 Mt em 2023.

Em abril, o Pak 25% foi negociado a $ 549, contra $ 564 em março. Em meados de maio, os preços estavam estáveis em $ 550. Na China, de acordo com as últimas estimativas, as importações poderiam cair para 1,9 Mt, contra 2,7 Mt em 2023, tornando-se o terceiro ou quarto maior importador do mundo, atrás das Filipinas e da Indonésia, e provavelmente ultrapassado também pela União Europeia. Nos Estados Unidos, os preços do arroz caíram 1,3%, marcando a primeira queda desde o início de 2024. As vendas externas, que registraram forte atividade durante o primeiro trimestre do ano, caíram acentuadamente em abril, atingindo apenas 265.000 t, contra 405.000 t em março. No entanto, as exportações atingem 40% a mais que em 2023, na mesma época.

Em abril, o preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 marcou $ 797/t, contra $ 808 anteriormente. Em meados de maio, o preço permanecia firme para $ 800. Na bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz casca subiram 2% para $ 395/t, contra $ 387 em março. Meados de maio, os preços futuros permaneciam firmes, registrando um aumento de 5%, para $ 415. No Mercosul, os preços de exportação caíram mais 5-6% devido ao aumento da oferta com a chegada da nova safra, 10% maior que no ano anterior. O preço indicativo do arroz casca no Brasil caiu em média 1,3% para $ 397/t, contra $ 403 em março.

Em meados de maio, o preço tendia a subir acentuadamente para $ 430, em parte como resultado de movimentos especulativos após fortes inundações no sul do país durante o final da colheita. Na África Subsaariana, os estoques locais de arroz estão sob pressão e os preços domésticos sobem devido à forte demanda. Porém, nos principais mercados consumidores, os preços ficam relativamente estáveis graças aos suprimentos de arroz importado, com bons níveis de estoques dos comerciantes. Em 2024, espera-se que a produção aumente, e as importações africanas poderiam diminuir novamente, embora continuem altas, equivalentes a 40% das necessidades de consumo.

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