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Mofo branco ataca mais de 400 espécies de plantas

Diagnóstico pode ser feito previamente ao plantio



Mais de 400 espécies de plantas podem se tornar hospedeiras do mofo branco. Embora a doença seja mais frequente no algodão, feijão e soja, também ataca culturas como alface, cenoura, ervilha, girassol e repolho. “Esse é um dos motivos pelos quais a doença é tão preocupante”, pontua o engenheiro agrônomo e pesquisador Nédio Rodrigo Tormen, colaborador do Instituto Phytus.


Tormen afirma que o diagnóstico pode ser feito previamente ao plantio. Segundo ele, que também é doutorando em Fitopatologia pela Universidade de Brasília (UNB), deve-se fazer a coleta e peneiramento do solo até cinco centímetros de profundidade, buscando verificar se há presença de escleródios.

“Após a semeadura, pode-se monitorar o surgimento dos apotécios que, por produzirem os esporos infectivos, marcam o início de uma epidemia. Quando a doença começa, como o próprio nome diz, os sintomas se manifestam nas plantas na forma de um mofo branco, que se desenvolve sobre folhas, hastes, pecíolos e legumes”, recomenda.

“Nessa fase, a aplicação de fungicidas é uma das únicas alternativas, porém com eficiência limitada. O manejo deve ser realizado com a utilização de diversas práticas de forma integradas, devendo começar já na escolha das sementes, passando pela escolha do local e época de semeadura, tratamento de sementes, espaçamento e densidade adequadas, uso de controle biológico e químico e manejo correto da irrigação”, complementa.

Tormen defende que o controle biológico deve ser pensado de forma ampla: “É preciso maximizar a biodiversidade do solo e, antes da liberação desses organismos (como o Trichoderma, por exemplo), dar condições para que eles possam se desenvolver. Práticas simples, como o plantio direto e a manutenção de palhada sobre o solo, podem promover melhorias nesse sentido.”

Falando ao Portal da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o pesquisador orienta que o controle químico com fungicidas pode ser utilizado via tratamento de sementes, visando atingir os micélios dormentes do fungo que podem estar presentes nas sementes ou, então, em pulverizações na parte aérea da cultura. O micélio é a parte correspondente à sustentação e absorção de nutrientes que se desenvolvem no interior da planta.


“Neste segundo caso, o fungicida deve agir eliminando os apotécios em formação sobre o solo (seria o ideal, pois impediria/retardaria o início da infecção) ou sobre as folhas, hastes, pecíolos e legumes das culturas, protegendo-as previamente à deposição dos ascósporos sobre esses tecidos. Como o monitoramento da doença geralmente não é realizado corretamente, as aplicações são concentradas no período de florescimento das culturas”, destaca Tormen.

Ele alerta que, “quando o manejo não é feito de forma integrada e a doença ocorre, o produtor precisa fazer várias aplicações de fungicidas que, além de possuírem custo relativamente elevado, podem não apresentar alta eficiência, especialmente se aplicados tardiamente.”

Simpósio

Para tratar das novidades de manejo e controle da doença, além de outros problemas e soluções que envolvem o mofo branco no Brasil, será realizado nos dias 21 e 22 de agosto o Simpósio Brasileiro de Mofo Branco, dentro do 47º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, que acontecerá de 17 a 24 de agosto, em Londrina (PR).

O evento, promovido pela Sociedade Brasileira de Fitopatologia, será realizado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina Convention & Visitors Bureau, Lapar, Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná, Embrapa e Ministério da Agricultura.

De acordo com a organização, o encontro será o cenário das principais discussões sobre os caminhos a serem seguidos por produtores, empresários e cientistas. Mais informações estão disponíveis no www.cbfito2014.com.br.

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