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Colheita da cultura da cana-de-açúcar

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Foto: Divulgação

A colheita e o transporte da cana-de-açúcar podem comprometer, significativamente, a qualidade do produto final e os cortes subseqüentes. Por essa razão, tais atividades devem ser executadas de acordo com orientações técnicas precisas.

Em relação a seleção e operacionalidade de um sistema de colheita, especificamente para a cana-de-açúcar, a análise não deve limitar-se apenas a aspectos referentes à máquina ou à mão-de-obra. É preciso levar em consideração a fisiologia da cultura e os aspectos sociais, econômicos e tecnológicos.

Do ponto de vista fisiológico da cultura, a colheita representa o final do ciclo de crescimento e maturação, atingindo o máximo de produtividade agrícola permitida pelas condições de clima e solo da região, pela tecnologia agronômica e variedades utilizadas.

No período de colheita, em municípios onde a atividade é importante economicamente, uma grande quantidade de mão-de-obra volante e, geralmente, desqualificada migra para essas cidades. Tal situação exige que os setores de promoção social das agroindústrias, e muitas vezes, dos municípios tenham que efetuar medidas que possam tornar a permanência desses indivíduos o menos impactante possível.

Nessa época, é necessário, também, a administração eficiente da grande frota de tratores, veículos de transporte e carregadores. Portanto, há necessidade de uma administração eficiente durante o período de colheita, com ações que envolvam tanto o campo como o ambiente externo ao canavial.

O aspecto econômico é dado em função não apenas da produção e produtividade agrícolas de colmos industrializáveis, mas ainda do adequado sistema de colheita definido pela agroindústria. Atendendo a todas as condições desejáveis de implantação e condução da cultura, o período de safra requer um complexo planejamento e gerenciamento por meio de mão-de-obra altamente qualificada, constituída de técnicos e engenheiros.

Alguns fatores relacionados à colheita, carregamento e transporte comprometem a qualidade do produto final, como:

- Queima antecipada da cana-de-açúcar (no caso de queima pré-colheita);

- Corte tardio após a queimada;

- Cana cortada aguardando carregamento, por mais de 24 horas;

- Excesso de matéria estranha no carregamento;

- Pisoteio ou destruição das soqueiras pelos empregados ou máquinas de corte, carregamento e transporte.

Em relação às opções de sistemas de colheita, as operações de corte, carregamento, transporte e recepção da matéria-prima podem ser resumidas em:

Sistema manual 

O corte e o carregamento são feitos manualmente, podendo haver transporte intermediário;

Sistema semimecanizado

Envolve o corte manual e o carregamento nas unidades de transporte, por carregadoras mecânicas;

Sistema mecanizado

Utiliza cortadoras de cana e carretas de transbordo, empregando somente mão-de-obra especializada como operadores de máquinas e tratoristas, sem a necessidade do emprego de trabalhadores braçais. A colheita mecanizada tem como principal vantagem a rapidez na execução do trabalho, porém, se esse trabalho não for bem executado as perdas em eficiência serão maiores.

 

José Luis da Silva Nunes

Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnia

Fonte

ROSSETO, R. Colheita da cana-de-açúcar. Disponível: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-acucar/arvore/CONTAG01_12_711200516716.html.

 

 

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