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Produtores de cana-de-Açúcar sofrem prejuízo bilionário, diz estudo

Produtores fecham no vermelho enquanto as usinas apresentam recorde de faturamento


Foto: Pixabay

Estudos recentes apresentados pela ORPLANA (Organização das Associações de Produtores de cana-de-açúcar do Brasil) revelam um cenário de desequilíbrio econômico e prejuízo generalizado entre os produtores de cana. O relatório anual da entidade para a safra 2023/2024, na região Centro-Sul, aponta que o prejuízo afeta agricultores de todos os estados e tamanhos de propriedade.
 
O relatório anual da entidade para a safra 2023/24 na região Centro-Sul confirma que o prejuízo está afetando agricultores independentemente de seu estado de atuação ou do tamanho de suas operações. Os modelos de comercialização adotados, tais como Consecana puro, Consecana + plus, ATR fixo e Cana Spot, revelaram-se incapazes de remunerar devidamente os produtores, não cobrindo integralmente as despesas na safra 2023/2024.
 
“Como consequência, os produtores de cana estão fechando a safra no vermelho - um prejuízo de R$ 17,3 por tonelada, o que dentro das 60 milhões de toneladas de cana, na área de atuação da ORPLANA, representa um prejuízo de mais de R$ 1 bilhão”, afirma o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira.
 
O estudo de custos de produção da ORPLANA utilizou uma amostra representativa de 171 planilhas, coletadas de 30 associações de produtores de cana-de-açúcar. Essas associações, representativas de todas as cinco macrorregiões do Centro-Sul, oferecem insights valiosos sobre os desafios enfrentados pelos produtores, destacando a urgência de abordagens alternativas e revisões nos modelos de comercialização para garantir a sustentabilidade econômica do setor.
  
Na área da entidade, 41% dos contratos estão baseados em Consecana puro e não contemplam nenhum tipo de bonificação. “O Consecana argumenta que a maioria dos produtores têm incentivos por parte das usinas, porém o que é mostrado pelo estudo é exatamente o contrário”, frisa. 
 
Para a ORPLANA, a revisão dos aspectos técnicos e econômicos do Consecana já estão com todos os prazos expirados. “A revisão, prevista em estatuto, já venceu no início deste ano, visto que segundo regulamento do próprio Consecana, deveria acontecer a cada cinco anos. A última foi em 2018”, explica Nogueira.

“A ORPLANA vê com muita preocupação esse cenário, mostrando o desbalanço entre o setor - soma-se a isso que as usinas têm recebido 100% dos CBIOs e repassado somente 50% aos produtores, bem como a não distribuição do valor dos créditos outorgados do ICM. Não é natural e nem normal um setor estar em seu melhor momento e outro elo da cadeia com custos altos e rentabilidade baixa. O setor clama por urgência na relação e na revisão do Consecana. E, caso isso não aconteça, a única saída administrativa dos produtores é ir ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica”, explica o CEO da ORPLANA.
 

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