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Plantio e estoques abaixo da expectativa rendem alta de dois dígitos em Chicago

Preços da soja e do milho subiram com anúncio do USDA


As cotações da soja e do milho dispararam na Bolsa de Chicago (CBOT) após o anúncio do relatório trimestral de estoques físicos e área plantada do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os dois números vieram abaixo das previsões de mercado e fizeram os preços romperem as marcas de US$ 10 e US$ 4 por bushel logo após a divulgação do documento.

O plantio de soja foi estimado pelo órgão em 34,44 milhões de hectares – extensão 1,7% superior à cultivada no ano anterior e 0,5% maior que a projetada três meses atrás. Mas o mercado esperava um número ainda maior: 34,53 milhões hectares. Com recordes em estados como Kentucky, Minnesota, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin, os Estados Unidos devem, segundo o USDA, semear sua maior área de soja da história neste ano.

Isso se o clima permitir. Colhidos pelo órgão nas duas primeiras semanas de junho, os dados do relatório ainda não mostra o impacto do clima sobre a área de cultivo. Chuvas incessantes que mantém os solos encharcados e lavouras recém-semeadas debaixo d’água têm dificultado o avanço dos trabalhos de campo e, para chegar à extensão prevista pelo USDA, os norte-americanos teriam de dar conta de pelo menos 2 milhões de hectares adicionais. Mesmo que se concretize, esse plantio seria realizado fora da janela ideal de cultivo, o que, em tese, reduziria o potencial produtivo da safra.

Para o milho, o USDA estimou a área de plantio em 35,98 milhões de hectares em 2015 – 1,9% menor do que a do ano passado e bem abaixo dos 36,07 milhões de hectares esperados pelo mercado. Na comparação com a projeção feita pelo órgão em março, houve ligeira redução de 0,3% na estimativa. Seria a menor extensão dedicada ao cereal no país desde 2010.

Num segundo relatório, o USDA trouxe ainda um levantamento que mostrou que os estoques físicos de soja e milho dos EUA caíram em 2015. No dia 1º de junho, as reservas norte-americanas somavam, respectivamente, 17,01 milhões e 112,95 milhões de toneladas. O mercado esperava números maiores: 18,48 milhões de toneladas da oleaginosa e 115,75 milhões de toneladas do cereal.

Divulgado a cada três meses, o documento funciona como uma espécie de termômetro do consumo de grãos nos EUA e revelou que o mercado demandou mais grãos no segundo trimestre de 2015, na comparação com esta mesma época do ano passado. Desde março, exportadores e indústria demandaram 19,07 milhões de toneladas de soja (+19,1% sobre 2014) e 83,9 milhões de toneladas de milho (+4,6%).

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