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PR: soja, milho e frango impulsionam renda do produtor

Segundo dados do Deral, Valor Bruto da Produção deve crescer cerca de 3% em 2015, chegando próximo de R$ 73 bilhões


O faturamento do setor agropecuário paranaense, medido pelo Valor Bruto da Produção (VBP), deve crescer cerca de 3% em 2015, chegando próximo de R$ 73 bilhões. A projeção foi feita pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). A safra recorde de soja e o bom momento do milho e da avicultura devem impulsionar a renda do produtor nesse ano.

O VBP mede o rendimento bruto do produtor rural da porteira da fazenda para dentro. Se confirmado, o resultado vai superar o crescimento registrado em 2014, quando a agropecuária do Estado teve avanço de 2% e somou um VBP de R$ 70,6 bilhões.

A maior contribuição virá da soja, responsável por 21% do total faturado pelo setor agropecuário no Paraná e que na safra 2014/15 bateu recorde. A previsão é que o VBP da soja cresça 8% sobre os R$ 15 bilhões registrados em 2014. No milho safrinha, o VBP deve aumentar 6%, chegando a R$ 3,57 bilhões, e no frango de corte é esperado um avanço de 1% sobre os R$ 10,2 bilhões registrados no ano passado.

A projeção para 2015 é preliminar e ainda depende do comportamento dos preços e da safra de inverno, que ainda está suscetível ao clima. Mas tudo aponta para um bom desempenho ao longo do ano, de acordo com Marcelo da Silva Gomes, economista do Deral.

Com o bom desenvolvimento da safra, o Deral revisou para cima, na semana passada, a estimativa de produção, que deve chegar ao recorde de 38,05 milhões de toneladas de grãos, somando as safras de verão e inverno. Isso representa 6% a mais do que a safra anterior.

Para a segunda safra de milho é esperado um crescimento de produção de 4% - 10,78 milhões de toneladas. "As geadas que tivemos até agora foram fracas, então não há previsão, no momento, de problemas para a safra de inverno", diz Gomes.

Para o trigo, cujo plantio foi 88% concluído, a previsão é de um crescimento de 3% na produção, para 3,96 milhões de toneladas. A produtividade deve aumentar 9%, para 2.991 quilos por hectare.

Boa parte dos resultados positivos se deve à soja. Nesse ano, os produtores colheram o volume recorde de 16,9 milhões de toneladas de soja, o que representou um avanço de 16% sobre a anterior.

Apesar dos preços mais baixos das commodities agrícolas em relação ao ano passado, o real desvalorizado na comparação com o dólar vem favorecendo o faturamento dos produtores. "A queda de quase 20% nos preços internacionais em relação ao ano passado está sendo compensada pelo dólar, que na casa dos R$ 3,10 ajudou a melhorar a condição do agricultor", diz o economista Pedro Loyola, coordenador do departamento técnico e econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

Além disso, de acordo com o Deral, 33% da soja colhida no Estado ainda não foi comercializada e há expectativa de leve melhora de preços do grão no mercado internacional, com a piora nas previsões da safra norte-americana, afetada pelas chuvas.

Com a possibilidade de uma safra americana menor, os preços internacionais reagiram nos últimos dias. "O mercado ainda está bastante volátil, mas existe a possibilidade de recuperação do preço. Capitalizado, o produtor paranaense está comercializando mais lentamente a safra desse ano", acrescenta Loyola.

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