Como aumentar a vida pós-colheita do tomate?

O tomate é um fruto bastante perecível, resultando em perdas de grande parte da produção após a colheita. O fruto de tomate maduro geralmente possui uma vida média de prateleira de uma semana, com perdas que variam de 20% a 30%. Já o fruto parcialmente maduro tem vida útil de até duas semanas, com perdas em pós-colheita entre 15% e 25%.

A maior conservação em pós-colheita dos frutos de tomate permite aumentar o tempo de comercialização, e esse processo é feito utilizando técnicas que atrasem o amadurecimento, mantendo a qualidade e conservando o produto. Realiza-se técnicas como o controle da temperatura, controle da atmosfera, tratamento com ceras, uso de filmes plásticos etc.

Refrigeração

A redução da temperatura e controle da umidade diminuem o metabolismo celular do vegetal, desacelerando a deterioração, sendo bastante utilizado para conservar frutas e hortaliças. No caso do tomate, de forma geral, frutos verdes são armazenados em temperaturas de aproximadamente 13ºC, frutos meio maduros podem ser armazenados em 10ºC e frutos totalmente maduros, em temperaturas de 8ºC.

Inibidores da síntese de etileno

O etileno é um hormônio que atua no amadurecimento dos frutos. Assim, a manipulação do etileno pode atrasar ou antecipar a maturação dos frutos de tomate. O 1-metilciclopropeno (1-MCP) compete com o etileno pelos sítios receptores, impedindo sua ação em tecidos vegetais e aumentando a conservação pós-colheita. Tomates mais maduros precisam de maiores doses de 1-MCP e maior tempo de exposição ao produto.

Tratamento com ceras

É comum a aplicação de ceras comestíveis em frutas em pós-colheita, como em limão, laranja e tomate. O uso de ceras recupera a cerosidade do fruto que é perdida no beneficiamento, lavagem e polimento. As ceras são aplicadas através de pulverização ou imersão, e reduzem a perda de água em até 50%, além de melhorar a aparência do fruto, tornando-o mais brilhante.

A perda de água nos frutos reduz o peso e diminui a qualidade dos frutos. Estudos apontam que o filme comestível pode estender a vida de prateleira em até 6 dias.

Engenharia genética

A manipulação genética pode aumentar a vida útil do tomate após a colheita, usando os genes rin (ripening inhibitor), nor (non ripening) ou alc (alcobaça), por exemplo, que retardam o amadurecimento, aumentam o período de conservação e atuam na firmeza e síntese de pigmentos carotenóides.

Esses genes proporcionam uma boa redução na degradação das paredes celulares, na síntese de etileno e carotenóides e na respiração do fruto, o que resulta em aumento da vida pós-colheita.

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

Referências:

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