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O uso de cerca-viva / quebra-vento para o tomate orgânico

Leia tudo sobre o uso de cercas-vivas / quebra-ventos na produção de tomate orgânico.


Foto: Divulgação

A cerca-viva e quebra-vento formam barreiras físicas com diversas funções no manejo agroecológico do tomate orgânico, como proteção contra rajadas de vento e defesa contra agrotóxicos e pragas, conforme explicado abaixo. Para o quebra-vento funcionar adequadamente, não deve impedir totalmente a passagem de vento, pois isso criaria uma zona de menor pressão atrás do quebra-vento, fazendo com que os ventos possam causar danos na gleba. Quando adequado, o quebra-vento consegue proteger uma faixa com extensão de 3 a 10 vezes a sua altura.

Além dos benefícios descritos abaixo, o produtor pode utilizar espécies que forneçam madeira (para lenha ou até móveis), devendo antes registrar o plantio e plano de manejo para o órgão competente, de forma a permitir o corte legal para utilizar a madeira após cerca de 10 ou 15 anos.

 

Quebrar o vento

Quebrar o vento: as cercas-vivas, também chamadas de quebra-vento, podem diminuir o efeito do evento na produção de tomate. Devem ser escolhidas espécies adequadas à função, plantadas transversalmente à direção do vento predominante no local. A diminuição do evento evita danos ao cultivo de tomate quando ocorrem rajadas fortes de vento, além de criar um microclima favorável no interior da gleba, diminuindo a necessidade de água e a incidência de doenças bacterianas. 

 

Defesa contra agrotóxicos

A cerca-viva pode formar uma barreira física para o cultivo orgânico, protegendo contra a deriva da aplicação terrestre de agrotóxicos em propriedades vizinhas.
Existe uma faixa no cultivo a qual o produtor deixa de cultivar dentro dos princípios orgânicos, devido a presença de propriedades vizinhas que possuem produção convencional, sendo essa faixa "de sacrifício" cultivada como convencional. Em algumas ocasiões, a cerca-viva consegue, com sucesso, diminuir ou até eliminar a necessidade da área de sacrifício. Porém, em locais onde ocorrem pulverizações aéreas de agrotóxicos, a cerca-viva não será suficiente para barrar a deriva, sendo necessária a faixa de sacrifício.

 

Proteção contra pragas

Além disso, a cerca-viva também serve como barreira física para o deslocamento de alguns insetos-pragas, como mariposas e mosca branca, dificultando o seu deslocamento entre glebas e propriedades. Quando se usa plantas que produzem flores nas cercas-vivas, a função de barreira para insetos pode ser potencializada, pois as flores favorecem o desenvolvimento de insetos predadores que, quando jovens, se alimentam do pólen e, quando adultos, atacam insetos-pragas. Nesse cenário, como exemplo de predadores, temos o Trichogramma pretiosun (vespa).
 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

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