Conheça a evolução da cadeia produtiva do trigo
Com a Lei nº 8.096, de 21 de novembro de 1990, a comercialização de trigo e farinhas passa a ser livre, seja produto de qualquer procedência, em todo o território nacional
Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
A característica marcante do Brasil no mercado de trigo sempre foi de tradicional importador. Os esforços governamentais eram intensos para ampliar a produção nacional, com redução da dependência das importações.
O ápice dessa intervenção ocorreu com a promulgação Decreto-Lei nº 210, em 27 de fevereiro de 1967, que regulava a comercialização nacional de trigo. O monopólio da operação passou a ser feita na Comissão de Compra do Trigo Nacional (CTRIN), órgão estava vinculado à Superintendência Nacional de Abastecimento (SUNAB), sob a responsabilidade do Banco do Brasil.
Com o tempo, o modelo acumulou uma série de problemas. De um lado, os moinhos tocavam as atividades sem olhar a qualidade e competividade dos concorrentes. De outro, os produtores deixavam de desenvolver novas técnicas para melhorar a produtividade da triticultura. Assim, a cadeia produtiva do trigo ficou descompassada em produtos e serviços. No final da década de 1980, o Brasil chegou perto da autossuficiência na produção quantitativa, mas defasada de qualidade.
Com a Lei nº 8.096, de 21 de novembro de 1990, a comercialização de trigo e farinhas passa a ser livre, seja produto de qualquer procedência, em todo o território nacional. Depois de vinte e três anos de intervenção, a desregulamentação e a abertura do mercado causaram profundo impacto no setor. Nessa época havia plena desvinculação comparativa entre o maior preço interno em comparação com o internacional.
Ao longo do tempo, a dependência externa de trigo continuou, mas variou bastante, enquanto o consumo interno aumentava e os estoques eram sempre baixos. As importações vinham dos países do Mercado Comum (MERCOSUL), principalmente da Argentina.
Neste século, a comercialização do trigo ganhou outra configuração, tanto na questão de preços, como na qualidade específica exigida pela indústria de transformação. Com a diversificação e ampliação de produtos para escolher, o caminho a ser seguido pelo mercado toma novos rumos.
As pesquisas de mercado passaram a sinalizar os padrões de preferências e as tendências alimentares dos consumidores. A competitividade ficava atrelada a capacidade da cadeia produtiva - produtores, moinhos, fabricantes de pães, massas e biscoitos e distribuidores – se adaptar adaptarem às mudanças nos padrões de escolha dos cidadãos consumidores.
Na segunda metade da década 2010, o alinhamento entre os setores de produção, pesquisa, indústria e consumidor estavam mais evidentes, com avanços voltados para o mercado consumido. As inovações iam sendo introduzidas na cadeia produtiva.
A troca de conhecimento proporcionada nessa integração explica a evolução tecnológica ocorrida no setor, enquanto os parâmetros de qualidade se aprimoram para atender as diferentes demandas segmentadas no mercado de panificação, biscoito, macarrão e bolos, dentre outros.
Em resumo, a performance tecnológica do grão de trigo entra em evolução para atender as demandas das grandes indústrias de processamento de farinhas, pães e derivados. Diante de tecnologias agrícolas apropriadas, os cultivares são de alto rendimento.
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