2 anos de Helicoverpa armigera: Controle químico foi ineficiente
Praga mostra grande resistência aos vários produtos utilizados até agora
Agrolink
- Leonardo Gottems
Passados dois anos da chegada da Helicoverpa armigera ao Brasil, a conclusão de diversos especialistas é de que as aplicações de agroquímicos não se mostraram eficientes para o controle da praga. Isso porque a Helicoverpa armigera mostra grande resistência aos vários produtos utilizados até agora.
“No Oeste da Bahia, os produtores usaram muitos agrotóxicos, mas não evitaram perdas econômicas até verem que o caminho não era esse”, afirma o pesquisador Ivan Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo (unidade de Sete Lagoas/Minas Gerais).
Ivan Cruz explica que, tanto no milho como no algodão, é difícil direcionar os inseticidas químicos ao local onde a praga se encontra. Isso porque Helicoverpa armigera põe seus ovos no cabelo do milho e, na fase de larva, ela se abriga dentro da espiga. A cobertura das folhas e a proteção da palha impedem que produtos químicos atinjam o inseto.
Ele ressalta ainda que o controle químico tem ação de choque, mas pouco efeito residual: “O inseticida mata os benéficos, além das pragas. Em poucos dias, acaba o resíduo químico. A praga volta, não encontra inimigos naturais e sua população volta a crescer”.
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