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Banana busca identidade, apesar da onda

O aumento acumulado equivale ao dobro da inflação oficial


O assunto banana está na ordem do dia, dominando as manchetes dos jornais, das revistas e o noticiário das emissoras de rádio e televisão. Quando a inflação ensaia uma corrosão salarial, a banana sobe 13,55% no principal mercado brasileiro. O registro da subida da banana foi medido pela FIPE/USP nos últimos dois meses. O aumento acumulado equivale ao dobro da inflação oficial, medida pelo IBGE, que acumulou alta de 6,15% no mesmo período. O fruto tem a sua importância na economia brasileira e em Goiás os bananais se fazem presente.

Como já não bastasse o desperdício numa época em que a banana contribui involuntariamente para a prática do racismo, o jogador brasileiro Daniel Alves, do Barcelona, praticamente “devolveu” a banana ao torcedor do Villarreal ao comê-la com certa avidez. Era uma partida do Campeonato da Espanha e o ato quis simbolizar o gesto do macaco que aprecia a fruta, supostamente pela pele do futebolista. Apesar dos gestos recalcados e desabonadores, a banana mantém o seu status de fruta nobre.

Bastante conhecida do consumidor brasileiro, a banana maçã ainda não tem reconhecimento oficial. Falta ainda a essa preciosa fruta a sua identificação genética. Para tentar desvendar esse mistério que tira o sono de pesquisadores das tradicionais instituições como a Embrapa, a Agencia Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária, que se traduz na Emater, entrou na “briga”. Seus técnicos coletam material na Estação Experimental em Anápolis, a 45 quilômetros de Goiânia (GO), para matar a difícil charada.

Em decorrência da falta dessa identificação, o cultivo da banana maçã tem sofrido retração no País. A variedade prata vai ocupando gradual e rapidamente o seu lugar. O clima, o solo e a luminosidade favorecem o fomento da banana que, no entanto, exige sistema irrigado. Há quem defenda um zoneamento para o seu cultivo no Brasil, em regiões mais propícias. Atualmente há um pólo no Baixo São Francisco, em Sergipe e Alagoas, e no Recôncavo Baiano. A Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, em Cruz das Almas (BA), adota inclusive um código de melhoramento em seus experimentos.

Os pesquisadores atuam buscando cultivares de grande aceitação pelo público consumidor, variedades resistentes ao ataque de doenças e de pragas, tolerantes ao Mal de Panamá e resistente à Sigatoka-Amarela. Os índices de produtividade são também perseguidos pelos expertos. Dependendo do manejo da cultura, crescem os índices de produtividade. Os desafios a superar são considerados elevados.

Na Estação Experimental da Emater em Anápolis os trabalhos em cima da banana já demandam sete anos. São pioneiros nesta área de pesquisa agronômica e assistência técnica Wilma Bacelar Acioli Lins, José da Mota e Silva, Lindolfo Alves Teixeira e Toshio Ogata.

A banana maçã é apontada pelos nutricionistas como eficaz contra enfermidades do estomago, infecções gerais, gota, inflamações dos rins, cálculos biliares e tuberculose. Por este segmento da literatura, a banana maçã contém consideráveis quantidades de vitaminas B e C, além de ser alcalina, neutralizando a ação de ácidos no organismo. As vitaminas B1 e B5 ajudam na regularização do sistema nervoso e aparelho digestivo.

A vitamina C oferece resistência aos vasos sanguíneos, evita a fragilidade dos ossos e dentes, agente contra infecções e ajuda a cicatrizar ferimentos. Por ser de fácil digestão, é recomendada às crianças e aos que sofrem de distúrbios digestivos, porque suaviza o trato intestinal. Como possui ação reguladora, é recomendada para combater a diarreia.

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