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Bioativação de solo é arma para incremento de produtividade


Tema foi debatido ontem durante o 1o Simpósio Bem Estar na Fazenda, realizado na ExpoLondrina

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou 2015 como o Ano Internacional do Solo. A perda de áreas agriculturáveis devido ao calor excessivo ou mesmo pela má utilização dos produtores faz com que problemas como a erosão e a falta de fertilidade voltem a ser recorrentes, sendo necessária a utilização de tecnologias práticas para solucionar tais situações.

Este foi um dos principais temas debatidos ontem, durante o 1º Simpósio Bem Estar na Fazenda, realizado na ExpoLondrina, reunindo cerca de 300 pessoas entre produtores, estudantes, profissionais técnicos e interessados, no Parque de Exposições Ney Braga. Os assuntos das cinco palestras do simpósio estavam ligados à economia, ambiente, ética na produção de alimentos, madeira e biomassa.

O engenheiro agrônomo da Unisafe, empresa de consultoria organizadora do evento, Pedro Francio Filho, explicou que o objetivo do evento foi trazer tecnologias que possam ser utilizadas no dia a dia pelo produtor, já que muitos esquecem de fazer a lição de casa. "É preciso sair da receita de bolo padronizada para adubação, preparo do solo, entre outros assuntos. Muito ainda é feito de forma empírica e pouco profissional. É necessário utilizar a engenharia, análise de solos, racionalização do uso de insumos, ferramentas estratégicas ideais para desenvolver uma agricultura com menos custo e maior produtividade".

No caso do solo, coube ao engenheiro agrônomo do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Ademir Calegari, tratar da produção competitiva por meio da bioativação de solos e plantas, que teve um "boom" no Brasil há cerca de três anos. Atualmente, o País possui mais de um milhão de hectares que utilizam o método, que consiste no fortalecimento de microorganismos presentes no solo, através de produtos biotivadores aliados às técnicas de rotação de cultura, planta de cobertura, adição de matéria orgânica, plantio direto com qualidade, etc. "O que é visto por aí é a utilização de muitos insumos na produção. A bioativação de sistemas é uma revolução da fertilidade biológica que foi esquecida ao longo dos anos, já que se deu mais ênfase aos aspectos químicos do solo".

Calegari explica que com o reequilíbrio dos microorganismos, é possível diminuir consideravelmente o efeito maléfico de doenças e pragas, alcançando produtividades elevadas com o mínimo de insumos. "A técnica é usada na agricultura orgânica mundial e explora a vida dos microorganismos no solo, liberando inclusive fósforo no sistema. A produtividade de soja, por exemplo, pode ser incrementada acima de 10 sacas por hectare".

Os produtores José Augusto e Mariza da Silva Gante participaram do simpósio. Eles possuem uma propriedade próxima à Usina Três Bocas e trabalham basicamente com pasto e milho. "O produtor necessita de subsídios e informações técnicas para que tenha um desenvolvimento bom da propriedade. Queremos otimizar a condução da nossa área e os temas discutidos no simpósio são bem pertinentes para o incremento de produtividade, pensando numa melhoria geral do sistema", salientaram.
 

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