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Desbaste de árvores em sistemas integrados aumenta produtividade das pastagens

A fim de melhorar o desempenho da produção do pasto em um sistema de ILPF, a Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), recomenda o desbaste parcial das árvores.


A fim de melhorar o desempenho da produção do pasto em um sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), a Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), recomenda o desbaste parcial das árvores.

O crescimento e desenvolvimento das pastagens, principal alimento do rebanho bovino brasileiro, dependem da incidência de luz. A diminuição da radiação solar afeta o crescimento dessas plantas, podendo ocasionar menor produtividade na pecuária.

De acordo com o pesquisador José Ricardo Pezzopane, além de melhorar a luminosidade, o processo de retirada de parte das árvores promove o aumento do fluxo de caixa do produtor. “O reaproveitamento da madeira varia de acordo com o diâmetro do tronco retirado. Com a parte de baixo conseguimos fazer mourão e tábuas para a construção civil. Os troncos com diâmetros menores podem ser utilizados para lenha, já as galhadas finas, para produção de compostos orgânicos. A ideia é sempre aproveitar o máximo uso do material para agregar valor e renda ao pecuarista”, explica.

Quando um sistema de integração é implantado em uma propriedade, é fundamental que ocorra um planejamento relacionado ao manejo dos componentes. Quando são utilizados eucaliptos, é recomendado que o produtor realize a exploração das árvores em dois momentos: o primeiro desbaste após quatro ou cinco anos de implantação e o segundo, após 10 anos. Segundo Pezzopane, nessa primeira idade as árvores já começam a competir com suas vizinhas por recursos, como luz, nutrientes e água. No entanto, a solução não é plantar um número menor de árvores por hectare, já que se deve manter a rentabilidade do sistema. “No ILPF da Embrapa Pecuária Sudeste foram plantados 330 eucaliptos por hectare. No primeiro desbaste, que está ocorrendo agora, vamos retirar metade deles. Com maior espaçamento entre as árvores, as que permanecem no sistema começam a se desenvolver melhor e a incidência de luz aumenta, melhorando a produtividade da pastagem”, destaca.

Dentro do planejamento, a escolha da época certa para realizar o desbaste é importante. Pezzopane explica que o procedimento deve ocorrer no período em que o gado necessita menos do sistema, geralmente durante o inverno. “Como na Embrapa utilizamos as áreas predominantes para a para produção de pasto, foi priorizado realizar o desbaste no momento em que o crescimento da pastagem é mais lento, a partir dos meses de maio e junho”, conta.
 
Manejo da rebrota

Para melhorar o rendimento do processo, o corte dos eucaliptos é feito com motosserra e a desrama dos remanescentes, com serrote. Segundo Pezzopane, na Embrapa Pecuária Sudeste não haverá o manejo de rebrota da árvore por causa da baixa incidência de luz sobre os tocos. “Se insistíssemos na rebrota, as árvores nasceriam fracas. Nós optamos em remover o toco. Existem duas maneiras de realizar esse procedimento: A destoca comum, que consiste em arrancar o toco com um maquinário, e a destoca biológica, com aplicação de herbicida no toco. A primeira opção é pouco viável em sistemas integrados, pois promove uma perturbação grande na área. Escolhemos a segunda pelo menor impacto. A melhor forma de acelerar a degradação do toco é com adição de alguns produtos a base de nitrogênio”, explica.

Os planos para daqui a cinco ou seis anos é realizar a segunda retirada de eucaliptos do sistema integrado, quando será o desbaste definitivo. “Depois que a área estiver completamente desbastada, a ideia é realizar novamente um plantio de árvores naquela área para termos um sistema silvipastoril permanente”, conta Pezzopane.

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