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Estudo: Aliar agricultura, biodiversidade e serviços ecossistêmicos são bom negócio

Projeto TEEB é uma iniciativa inédita no Brasil


Iniciativa inédita no Brasil, o projeto TEEB para o Setor de Negócios Brasileiro, coordenado pela Conservação Internacional, valorou o “capital natural” em diferentes práticas agrícolas das empresas Natura e Monsanto.

Destacar os benefícios econômicos de iniciativas empresariais que favoreçam a conservação da biodiversidade e a manutenção dos serviços ecossistêmicos é o principal objetivo do projeto TEEB para o Setor de Negócios Brasileiro, coordenado pela Conservação Internacional (CI-Brasil). Lançado em outubro de 2011, o projeto apresenta agora os resultados de estudo que compara o valor ambiental de diferentes práticas agrícolas na produção de óleo de palma (dendê) e soja, em projetos-piloto das empresas Natura e Monsanto, respectivamente. Em ambos os casos, a análise prova que conservar o “capital natural” é um bom negócio.

“Ao evidenciar o valor econômico, até então tratado como invisível nas questões da conservação dos recursos naturais, o TEEB demonstra que a preservação e o uso sustentável do capital natural são condições si ne qua non para se alcançar um desenvolvimento econômico sustentável, que assegure o bem estar social das gerações de hoje e de amanhã”, considera a coordenadora do projeto TEEB para o Setor de Negócios Brasileiro, Helena Pavese.

A análise foi realizada pela consultoria inglesa Trucost, reconhecida no cenário internacional pela valoração de externalidades de grandes companhias, como por exemplo a empresa de material esportivo Puma. Para se chegar aos resultados finais, foram valorados o equilíbrio entre os custos dos impactos e dos benefícios ambientais, em termos financeiros. “Inserir o capital natural nos processos de decisão corporativa não apenas ajuda as empresas a optarem pelas melhores escolhas para otimizar a produção, mas também constrói resiliência aos negócios ao identificar riscos e oportunidades invisíveis na contabilidade tradicional das empresas”, afirma o Diretor de Finanças Ambientais da Trucost, Neil McIndoe.

“Todas as atividades de negócio, e agrícolas, dependem dos serviços fornecidos pelo meio ambiente, como as matérias-primas, a energia, a água e um clima estável. As organizações que utilizam esses serviços de uma forma não sustentável impactam e ameaçam a rentabilidade e a prosperidade do seu próprio negócio”, finaliza Pavese.

O projeto TEEB para o Setor de Negócios Brasileiro é uma iniciativa da Conservação Internacional (CI-Brasil), com patrocínio das empresas Monsanto, Natura, Santander e Vale, e apoio do Centro de Monitoramento da Conservação Mundial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP-WCMC, na sigla em inglês) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

 

Natura: óleo de palma em sistemas agroflorestais

Para aplicar a metodologia do TEEB, a Natura escolheu o Projeto SAF Dendê, um estudo científico desenvolvido pela área de pesquisa em Bioagricultura em parceria com a CAMTA (Cooperativa Agrícola Mista de Tomé Açú) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

Na área escolhida pela Natura, no estado do Pará, o valor ambiental associado a um único cultivo, ou a monocultura do óleo de palma (azeite de dendê), foi comparado a sistemas agroflorestais, em que o cultivo fica integrado com árvores como adubo verde e cacau, e outras culturas, como o maracujá.

Os principais resultados foram:

1.      O valor ambiental total obtido com os sistemas agroflorestais com óleo de palma (dendê) é três vezes maior do que aquele obtido com a monocultura do óleo de palma – R$ 410.853 por hectare comparado com R$ 122.253 por hectare, durante a vida útil de 25 anos da plantação.

2.      O experimento demonstra que além de produzir o óleo de palma, utilizado na produção dos sabonetes 100% vegetais da marca, os sistemas agroflorestais, associando o cultivo do dendê junto com cacau, maracujá, pimenta, banana, mandioca, açaí, entre outras espécies, contribui para a diversificação da renda do agricultor, além de minimizar os riscos de pragas e doenças nas espécies cultivadas.

“Acreditamos que uma profunda reflexão acerca da dependência dos serviços ecossistêmicos, como a que objetivamos com o Projeto SAF Dendê, é fundamental para o setor empresarial e para a sociedade como um todo. Vemos no TEEB a oportunidade de fomentar a discussão de uma nova economia, mais verde, mais inclusiva e mais responsável”, afirma a gerente de sustentabilidade da Natura, Luciana Villa Nova.

 

Monsanto: soja com Cerrado conservado

No caso da Monsanto, o estudo identificou os principais impactos ambientais e benefícios relacionados ao cultivo da soja, considerando os serviços ecossistêmicos de provisionamento e regulação, além do consumo direto de água e de insumos como combustíveis, fertilizantes e defensivos agrícolas. Para realização do estudo, a Monsanto forneceu dados sobre a produção de soja de uma lavoura localizada no Oeste da Bahia, na cidade de Luís Eduardo Magalhães.

Enquanto, em um cenário, foi avaliado 1 hectare coberto apenas com a cultura da soja, no outro foi avaliado 1 hectare coberto com 80% de soja e 20% de Cerrado conservado.

Os principais resultados foram:

1.      O valor total dos serviços ecossistêmicos gerados pelo cultivo de soja associado ao Cerrado é 11% maior que o gerado pela produção apenas de soja, ou R$ 1.139,00 contra R$ 1.031,00.

2.      A produção de soja associada à conservação de Cerrado oferece mais serviços de regulação, além da provisão combinada de soja e de pequi.

“Essa iniciativa está alinhada à missão da Monsanto de melhorar o dia a dia dos agricultores e auxiliá-los a produzir mais e melhor, de forma sustentável. Por isso investimos no avanço da agenda de desenvolvimento sustentável, conduzindo, cada vez mais, iniciativas concretas para conciliar crescimento econômico e conservação ambiental no Brasil”, afirma a gerente de Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade da Monsanto do Brasil Daniela Mariuzzo.

Acesse o relatório completo em: www.teebnegociosbrasil.com.br

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