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Extrativismo movimenta R$ 4,3 bilhões no Brasil

Destaque para babaçu, castanha do Brasil, mangaba, umbu, pinhão, açaí, cacau e piaçava


Foto: Pixabay

Os extrativistas usufruem da riqueza de oferta de produtos dados pela biodiversidade brasileira e por meio do uso sustentável tiram o seu mantimento e de sua família. No ano de 2019 a atividade rendeu R$ 1,6 bilhões para os produtores, levando em conta apenas produtos como babaçu, castanha do Brasil, mangaba, umbu, pinhão, açaí, cacau e piaçava. Quando somados os produtos madeireiros o volume sobre para R$ 4,3 bilhões. No ano em questão os destaques foram o pó cerífero com R$ 189,3 milhões, o pequi com R$ 18,5 milhões, o babaçu com 92,2 milhões, o açaí com R$ 592 milhões e a erva mate com R$ 468,4 milhões.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e constam no Boletim da Sociobiodiversidade de maio, da  Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A publicação trata do mercado da produção, exportação e subvenções pagas pelo governo federal aos que vivem da coleta destes produtos. Desde o início das operações, ocorridas de 2009 a 2020, a Política de Garantia de Preços Mínimos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio) pagou subvenções de mais de R$ 95 milhões para milhares de extrativistas em todo o país.

Desempenho dos produtos

A produção de açaí no Pará, estado que detém 95% da produção nacional, ocupa cerca de 200 mil hectares de área. O fruto, que é nativo das várzeas amazônicas, começa a safra neste mês, com finalização em dezembro. No ano passado, o açaí teve um bom posicionamento em termos de exportação, fato aguardado também para este ano. Essa posição, de acordo com o boletim, pode ser explicada pela conquista de novos mercados e pela ascensão do consumo pelo mundo. O preço pago pela tonelada de açaí, contudo, apresentou redução em relação ao ano anterior e já é um dos mais baixos da série, o que é a provável indicação da popularização do consumo.

O babaçu é uma palmeira encontrada em várias áreas da América Latina sendo que no Brasil ocorre principalmente no Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Piauí e é usado das mais variadas maneiras, sendo aproveitadas praticamente todas as partes dele, sendo a amêndoa a parte que desperta maior interesse. Apesar do apelo mercadológico da oleaginosa, a grande importância do babaçu tem sido relacionada ao seu protagonismo na geração de renda para famílias de baixa renda de povos tradicionais. O mercado de amêndoa de babaçu vem sofrendo o impacto negativo da fuga de mão de obra da atividade. Ainda assim os preços estão abaixo do custo de produção. Tal fato enfraquece a cadeia produtiva e leva as quebradeiras de coco e trocarem de atividade.

No caso do cacau, a produção como atividade extrativista ocorre em quase toda a região amazônica, com maior expressão em termos quantitativos e de organização nos estados do Amazonas e do Pará. O trabalho representa, em termos produtivos, cerca de 4,5% da produção nacional. Os preços médios recebidos pelo extrativista, quando analisados anualmente, apresentaram variação positiva de 32% e 24% nos dois estados, respectivamente, resultado dos bons preços praticados no mercado interno.

Da mesma forma, o pinhão que tem maior produção no Sul do país, mostra variação positiva, com um aumento entre 40% e 60% na safra atual do Paraná e Santa Catarina. Isso se deve às condições  climáticas favoráveis no período de desenvolvimento do fruto e à alternância de produção característica da espécie.

Cerca de 26 toneladas de pinhão, no valor total de R$ 147 mil, foram adquiridas nos últimos anos - com exceção de 2009 - pelo Programa de  Aquisição de Alimentos (PAA). O valor médio repassado ao agricultor familiar foi de R$ 5,37/kg do produto oriundo dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 

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