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Focos de incêndio atingem floresta da Embrapa

Em condições climáticas normais, a floresta é dotada de uma barreira natural contra incêndios


Céu cinza e cheiro de fumaça contagiam a atmosfera de Rio Branco (AC). Paisagens urbanas e rurais estão marcadas pelo fogo. A forte estiagem ameaça a fauna e a flora dos 840 hectares de reserva florestal da Embrapa. A equipe do setor de Campos Experimentais, com o apoio do Corpo de Bombeiros do Acre, já controlou os primeiros focos de incêndios registrados na área e continua em estado de alerta para  evitar novos danos ao ambiente.  

Em uma semana, mais de quatro mil  focos de calor foram registrados, totalizando 11 mil no mês de agosto, de acordo com dados do serviço de monitoramento de queimadas e incêndios do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).  

Segundo o analista Hudson Nardi, o trabalho de controle dos incêndios exige muito cuidado. A ação envolve diversos colaboradores da Embrapa . "Nossa equipe não mede esforços para impedir que o fogo avance sobre a floresta e experimentos. O conhecimento de técnicas e o uso de equipamentos como um trator de esteira da Secretaria de Extensão Agroflorestal Produção Familiar (Seaprof) para fazer aceiros ao redor dos campos da Unidade, assim como demais maquinários da Unidade, são fundamentais para evitar a propagação do incêndio florestal", comenta.

Para o chefe-geral da Embrapa Acre, Eufran Amaral, é fundamental conscientizar a população do campo e da cidade sobre os riscos do uso do fogo. "A situação é crítica. Precisamos utilizar intensamente as diversas formas de divulgação para informar a sociedade sobre os perigos, a fim de reduzir as fontes de propagação de incêndios, especialmente em períodos críticos de extrema seca como o que estamos vivenciando agora", comenta.

"No Acre, registros mostram que secas históricas estão ocorrendo a cada cinco anos. A deste ano é a maior de todos os tempos. Em 2005, a situação foi caótica, cerca de 400 mil hectares de floresta foram destruídos pelo fogo. Os profissionais locais não tinham experiência para combater esse tipo de incêndio. Técnicos habilitados de outros estados vieram para treinar equipes e ajudar a controlar a situação. Em 2010, a área afetada por incêndios baixou para 50 mil hectares", acrescenta.

Perigo à floresta

Em condições climáticas normais, a floresta é dotada de uma barreira natural contra incêndios, mas eventos climáticos extremos como uma seca, geram uma grande perda de umidade no ambiente e a matéria orgânica presente na floresta se torna combustível para o fogo. Estudos realizados pelo pesquisador Henrique Borges mostram que os danos causados pelo fogo na floresta da Embrapa Acre, em 2005, ocasionaram uma taxa de mortalidade de 80% em árvores menores, com cerca de 2 a 5 diâmetros, ao final de cinco anos de monitoramento. A perda média de diversidade de espécies foi de 16% em indivíduos de diferentes portes.  

Toda a área de floresta da Embrapa é inventariada e perfilada a laser. Os locais afetados pelo fogo estão sendo identificados em campo por meio de do uso de GPS de navegação para futura avaliação dos danos.

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