Fungo desconhecido destroi milho no sertão do Ceará
O rastro deixado são esporos negro-azulados, semelhantes a tumores
Uma fungo ainda não identificado pelas autoridades agropecuárias do Ceará está destruindo a plantação de milho no município de Itatira, região do Sertão Central do estado. O rastro deixado são esporos negro-azulados, semelhantes a tumores e também com aparência de carvão, comprometendo todo o desenvolvimento da cultura.
Foram atingidos agricultores das localidades de Saco dos Sales, Paqueta, Olho D´Água do gado, Oiticica, Malhada, Contendas, Batente e Sussuarana. A Secretaria de Desenvolvimento Agrário do Ceará (SDA) enviou os agrônomos Cândido Martins e Valéria Silva, que foram a Itatira visitar os plantios e conhecer de perto o problema.
"Comecei a perceber que a planta do milho estava com aspecto queimado e que a praga não afetava apenas a espiga, mas também outras partes do milho e causava a morte das plantas", contou o produtor Pedro Sales ao Diário do Nordeste. Ele teve sua plantação de milho totalmente destruída pela praga.

A agrônoma Valéria Silva atesta que realmente se trata de um fungo, mas pede um tempo para que sejam concluídos os exames em laboratório, que irão apontar qual a espécie que está causando a doença. “Depois que descobrirmos qual a origem dessa praga, medidas precisam ser tomadas, porque, em se tratando de fungos, se propaga rapidamente", diz ela, mencionando o vento, que em pouco tempo pode contaminar toda a região.
“É necessário sabermos logo que espécie está presente no milharal e que medidas precisam ser adotadas. Diante mão a recomendação é que os agricultores coletem essas espigas e queimem”, ressaltou Valéria. As amostras serão analisadas na Universidade Federal do Ceará, e o resultado sai dentro de dez dias.
Já Cândido Martins afirma a necessidade de localizar a procedência das sementes, através de um mapeamento rural. “Precisamos saber de onde vieram os grãos, quem já plantou, enfim, montar um quebra cabeça minucioso. Existe a possibilidade dos fungos permanecerem no ambiente, mesmo sem o milho estar plantando, porque essas são as características deles”, disse ele. Segundo ele, dependendo do tipo da praga, poderá atacar outras culturas na região.