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Mais silos e armazéns na fazenda

Com posição consolidada entre os maiores produtores de cereais e oleaginosas no mundo, as perspectivas correm no sentido dessa tendência prevalecer nos próximos anos


Foto: Leonardo Gottems

Por Luiz Antonio Pinazza 

Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade

Colaboração Aline Merladete

Com posição consolidada entre os maiores produtores de cereais e oleaginosas no mundo, as perspectivas correm no sentido dessa tendência prevalecer nos próximos anos. A colheita de grãos começou este século com patamar de 100 milhões de toneladas, bateu a casa de 200 milhões em 2014 e passa de 300 milhões em 2023. As probabilidades são elevadas de chegar em 400 milhões até o final desta década. Um crescimento dessa magnitude se apresenta completamente inédito na história da agricultura mundial.

A comercialização desta safra 2022/23 mostra a necessidade de o país ter uma estrutura de armazenagem satisfatória para atender os crescentes aumentos nas áreas de plantio. Se até 2010, o sistema era autossuficiente, desde então, a capacidade estática para atender toda a produção foi ficando mais deficitária, atingindo o nível atual - 118 milhões de toneladas (38%). As colheitas de soja (155 milhões de toneladas), com vendas concentradas no primeiro semestre, e do milho (125 milhões), no segundo semestre, alcançaram quantidades recordes. 

No atual momento, o Brasil desfruta da condição privilegiada de ser o único país do mundo com tecnologia para produzir em larga escala essas duas culturas numa mesma safra. Representantes do setor, iniciativa privada e governo devem planejar a ampliação dos investimentos prioritários para estocagem de grãos. Como instrumento imprescindível no processo de comercialização, a armazenagem reforça a capacidade do produtor na gestão da propriedade. É o caso da conjuntura vigente, muito sujeito no curto prazo, com volatidade de preços para baixo em ambas commodities.

A contribuição da agropecuária nacional para o Produto Interno Bruto (PIB) e a balança comercial será de novo repetido em 2023. Os resultados obtidos até agora merecem atenção especial na formatação do Plano Agrícola e Pecuário da Safra 2023/24. Com programação de propostas adequadas, as medidas devem prover aporte de recursos com custos acessíveis. As linhas de financiamento devem estimular o investimento na construção e ampliação de armazéns e silos, como acontece nas fazendas dos Estados Unidos (54%), Canadá (84%) e Argentina (40%).
 

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