Materiais de batata-doce biofortificada são apresentados a produtores e extensionistas do DF
Diferencial da cultivar Beauregard frente a outras cultivares produzidas no Brasil é a sua polpa alaranjada
Novos materiais de batata-doce, com características promissoras de produtividade, matéria seca e boa concentração de betacaroteno (provitamina A), foram apresentados a produtores e a extensionistas da Emater-DF, durante dia de campo promovido pela Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) no dia 20 de abril último. A atividade faz parte das ações previstas no projeto BioFORT, lançado pela Embrapa em 2009 com o objetivo de tornar mais nutritivos os alimentos considerados básicos e comuns à mesa dos brasileiros, a exemplo da batata-doce.
De acordo com o pesquisador Alexandre Mello, que coordena a caracterização e seleção de batata-doce biofortificada, a apresentação envolveu a avaliação de oito materiais dentro dos contextos agronômico (desempenho no campo experimental) e qualidade sensorial; esta última, que seguiu a visita ao campo, foi realizada por meio da degustação dos materiais apresentados. "Duas cultivares mostraram boa performance agronômica e, na análise sensorial, um deles teve aceitação tão boa quanto as cultivares comerciais não biofortificadas e bastante superior à Beauregard, material biofortificado recomendado pela Embrapa", relata o pesquisador.
Segundo ele, as 58 pessoas que participaram da degustação atribuíram notas, de um a quatro, a cada material experimentado. "Nessa avaliação, quanto menor a nota melhor era qualificado o material. Ao final, constatamos que os materiais ainda não lançados apresentaram uma boa performance se comparados com a cultivar Beauregard, por exemplo", destaca Mello, acrescentando que "a ideia é lançar variedades com maior aceitação pelos consumidores do que a Beauregard".
Recomendada pela Embrapa Hortaliças, a partir de 2011, o diferencial da cultivar Beauregard frente a outras cultivares produzidas no Brasil é a sua polpa alaranjada, que seria um indicativo de alta concentração de carotenoides, substâncias que se transformam em vitamina A no organismo. Com a expectativa reduzida quanto a uma crescente adoção pelos consumidores, que demonstraram preferência a cultivares com matéria seca mais elevada e maior percentual de brix (quantidade de sólido solúvel relacionado ao teor de açúcar), o programa vem seguindo com os testes no sentido de obter novos materiais que contemplem esses componentes, além de outras características desejáveis, como alta produtividade.
"Nesse processo, a cultivar Beauregard serve de balizadora, e o nosso ‘terra a vista' aponta para dois materiais com boas possibilidades de lançamento, e que foram selecionados pelo seu potencial - agronômico e culinário - bastante interessante", resume o pesquisador.
