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Milho/MT: Perdas de até 37 sacas ou 1,85 mi de t

Imea revisou novamente para baixo estimativa de rendimento do cereal por hectare e perdas podem ser históricas para a era da ‘supersafra’


O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou ontem mais uma estimativa de produção e produtividade ao milho segunda safra do Estado e novamente a projeção vem com corte provocado pela queda do potencial produtivo das lavouras. Se nessa nova revisão, que corrigiu de forma negativa a oferta por hectare para média de 83,4 sacas (sc/ha), os números se confirmarem, o rendimento será o menor das últimas seis safras, contabilizando a menor oferta do cereal da era ‘supersafra’, quando o milho ganhou espaço e importância a partir de 2011/12. O último desenho da safra, que já começou a ser colhida há 15 dias, é de uma produção de 21,24 milhões de toneladas (t) com perda anual por regiões de até 37 sacas/ha. 

A nova estimativa da safra 2015/16 – a sétima divulgada pelo Imea - traz perspectiva de queda média na produtividade de 25,2 sc/ha, ou 23%, na média estadual em relação à produtividade do ciclo 2014/15. “O recuo produtivo é uma realidade observada em todas as regiões do Estado”, apontam os analistas do órgão. 

A região nordeste é a mais afetada, de forma que, se consolidada a estimativa, apresentará um recuo de 37,8 sc/ha, ou 35,7%, ante o rendimento do ano passado. Em seguida, a região sudeste do Estado segue com a segunda maior expectativa de queda no rendimento médio, sendo a variação de 25,9%. O médio norte, onde está a maior produção do cereal em Mato Grosso, pode apresentar queda de 19,7%. As regiões centro sul, noroeste e norte têm expectativa de recuo produtivo de 21,5%, 16,7% e 14,2%, respectivamente. “A estratégia traçada no início deste ano para a temporada 2015/16 de milho não contou com o revés climático que as lavouras sofreriam, de forma que o impacto pode ser severo na produção do Estado e irreversível”, atestam os analistas. 

ANÁLISE - Como explicam, as lavouras do milho da segunda safra estão sofrendo impactos bastante negativos neste ano, isso porque o regime pluviométrico esperado não se comportou como o esperado, especialmente nos últimos 60 dias, o que comprometeu o desenvolvimento das plantas, principalmente as semeadas após a janela ideal da cultura, período encerrado em 25 de fevereiro. Em razão dos atrasados na semeadura da soja – se cede sua área ao cultivo do milho na medida em que vai sendo colhida a partir de janeiro – os trabalhos no campo se estenderam mais e empurram o plantio do cereal. Quase 40% da área plantada, consolidada em 4,24 milhões de hectares, foram cobertas de depois de fevereiro, com trabalhos se estendendo até o final de março. 

Nas safras 2012/13 e na 2014/15, o período de chuvas se estendeu até maio e junho, favorecendo o desenvolvimento das plantas. O clima aliado aos investimentos realizados pelos produtores rendeu excelentes médias de produtividade e produção, como o registrado em 2015, quando a média por hectare foi de 108,6 sacas, marca histórica. Para esse ano era esperado um regime de chuvas mais alongado, no entanto, as precipitações começaram a reduzir no período da Páscoa, antes mesmo do fim do plantio. “Temos assim, reajuste negativo de 8% em relação à estimativa anterior, considerando uma projeção que passou de 90 sc/ha para atuais 83,4 sc/ha, significando queda na expectativa de produção de 1,85 milhão de toneladas, o que por sua vez pode tornar a relação de oferta e demanda desta safra mais apertada do que o mercado tem vivenciado no momento” e na prática isso implica em cotações elevadas para a saca do milho, especialmente no mercado interno. Ainda como chamam à atenção os analistas do Imea, se consolidada tal produtividade, a safra 2015/16 ficará 23,2% abaixo da produtividade registrada na safra 2014/15 do cereal em Mato Grosso. 

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