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Inseticidas atuais podem não controlar por muito tempo Helicoverpa armigera

Alerta urgente e preocupante da pesquisadora Cecília Czepak



A pesquisadora da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG) Cecília Czepak faz um alerta urgente e preocupante sobre o combate à Helicoverpa armigera no Brasil: “Os inseticidas atualmente utilizados podem não controlar por muito tempo esta praga”.


Ela concedeu entrevista exclusiva ao Portal Agrolink analisando o momento atual, as origens do problema, os erros cometidos no ano passado, as lições que devemos tirar e o futuro da ameaça. A partir desta quarta-feira (12.02), será publicada uma série de matérias com as informações e opiniões da especialista. (As fotos são de autoria da própria pesquisadora)

Cecilia afirma que os defensivos atuais podem perder efeito em breve porque “as aplicações ainda são indiscriminadas. E o que é pior: estamos ainda nos baseando em uma única ferramenta de controle”. “Muito tem nos preocupado a falta de alternativas viáveis de controle. As outras alternativas, os produtores tem muita resistência em aceitá-las, infelizmente. Mesmo porque ainda é preciso um tempo para se estabelecer certos tipos de controle, pois o conhecimento é essencial para que sejam efetivos, a exemplo disso o controle biológico”.

“Uma coisa importante é preciso dizer: esta, como qualquer outra praga, não deve ser controlada nos primeiros indícios, e sim nos primeiros estágios. E sempre lembrar que não é preciso muita lagarta/metro para causar dano, pois esta é uma praga que tem uma associação muito grande com as partes reprodutivas da planta, e no caso da soja em frutificação ela vai exatamente perfurar o local onde o grão está, e neste caso comerá inúmeros grãos em formação ou formados até completar o ciclo”, explica ela.


Cecília, que é doutora pela Universitá Di Degli Studi Di Perugia Perugia (Itália), conta que houve um esforço conjunto em Goiás da UFG, Agrodefesa, Emater e Secretaria da Agricultura para “primeiro saber onde ela [H. armigera] estava presente. Depois fizemos palestras, treinamentos, visitas técnicas e intensificamos, na Universidade Federal de Goiás, os estudos de biologia, comportamento e alternativas de controle”.

“As recomendações de monitoramento são constantes e quem nos solicita estamos fazendo o possível para atender, através de visitas e treinamentos. Infelizmente, ainda nosso grupo é pequeno e não conseguimos atender a todas as solicitações que nos chegam”, lamenta.

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