“Manejo integrado de pragas” – entrevista com Luciano Fonseca (Monsanto)
Gerente de Gestão Responsável de Produtos e Tecnologias
O Portal Agrolink entrevistou com exclusividade o gerente de Gestão Responsável de Produtos e Tecnologias da Monsanto, Luciano Fonseca, durante o Seminário “Caminhos da Soja no Brasil” – ocorrido essa semana em São Paulo (SP). O especialista fala sobre a importância do manejo integrado de pragas e do plantio da “área de refúgio”. Revela ainda que a empresa já trabalha na pesquisa e desenvolvimento da candidata à sucessora da tecnologia Intacta, que será resistente a uma quantidade maior de espécie de insetos.
Agrolink – Porque o manejo integrado de pragas é fundamental?
Luciano Fonseca - O manejo integrado de pragas é um requerimento de toda a tecnologia usada para controle de insetos, porque não existe nenhuma 100% eficiente para todas as pragas. Portanto é muito importante que o produtor, quando adota uma tecnologia, esteja consciente disso e continue monitorando. Caso ache alguma lagarta ou alguma espécie que não é controlada pela tecnologia, que ele adote as medidas de controle através de inseticidas químicos ou biológicos que sejam uma maneira de complementar o uso da biotecnologia.
Agrolink – Qual a importância da “área de refúgio”? Como deve ser dimensionada?
Luciano Fonseca - Nunca deixe de adotar o plantio da “área de refúgio”, que é a estratégia mais eficiente para evitar que populações resistentes de insetos sejam selecionadas, e dessa forma ele perca eficiência na tecnologia que escolheu usar. As tecnologias que contém mais modos de ação podem requerer porcentagens de “área de refúgio” diferentes. Normalmente, as tecnologias que contém duas proteínas para controle, se exige 5% - no caso do milho. Quando é apenas uma proteína de controle, aí a “área de refúgio” deve ser de 10%. A distância máxima deve ser de 800 metros, mas quanto mais próxima, melhor.
Agrolink – A semente da “área de refúgio” precisa ser convencional? Como fica a classificação?
Luciano Fonseca – O requerimento da escolha do híbrido de milho a ser plantado no refúgio não deve ser, necessariamente, convencional. Ele tem sim que ser uma variedade “Não BT”. Isso quer dizer que pode ser, por exemplo, uma tecnologia RR – que não é voltada para controle de insetos, e portanto não interfere nessa população e pode ser usada como refúgio. Nesse caso ela é também geneticamente modificada. Se o produtor adotar áreas maiores como refúgio, cabe a ele a prerrogativa de colher separado ou misturado – o grão tem o mesmo valor de mercado.
Agrolink – Existe alguma nova variedade de semente em fase de estudo ou regulamentação?
Luciano Fonseca – Sim, nós estamos trabalhando já com a segunda geração de soja resistente a insetos. Trabalha com duas proteínas para abranger um amplo espectro de insetos a serem controlados. Como terá dois modos de ação, terá uma área de refúgio menor. Não tem nome ainda, e está ainda na fase de pesquisa, aprovação e desenvolvimento. Portanto ainda não temos recomendação fechada, e muito menos o nome da tecnologia pré-definido. Nós estamos chamando de segunda geração da Intacta.