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A Voz do Mercado revela perspectivas para 2024 nos setores agropecuário e econômico

O talk show é realizado pelo Portal Agrolink em parceria com o Pensa/FIA


Foto: Arquivo

Nesta terça-feira (19.12), o talk show "A Voz do Mercado" trouxe as expectativas para 2024 nos setores agropecuário e econômico. O evento, realizado pelo Portal Agrolink em parceria com o Pensa/FIA, o Centro de Conhecimento em Agronegócios da Fundação Instituto de Administração, contou com a participação de especialistas que compartilharam suas análises e projeções para o próximo ano.

Daniele Siqueira, especialista em Inteligência de Mercado AgRural, destacou a importância da redução responsável dos juros para impulsionar a eficiência econômica e proporcionar maior acesso a financiamentos no setor agropecuário. No entanto, alertou para as possíveis dificuldades em 2024, especialmente em caso de condições climáticas desfavoráveis, que poderiam resultar em uma significativa quebra de safra de soja.

Siqueira também abordou o recorde histórico de 100 milhões de toneladas de soja exportadas pelo Brasil em 2023. No entanto, ressaltou que esse feito foi alcançado à custa de preços baixos para os produtores, influenciados por fatores diversos. Ela enfatizou a dependência contínua da China como principal destino das exportações de soja do Brasil, enquanto instigava a busca por novos mercados para evitar a vulnerabilidade excessiva a um único comprador.

Sérgio Goldenstein, Sócio e Estrategista-Chefe da Warren Investimentos, abordou a trajetória da taxa Selic, apontando uma expectativa de redução para 9%. Ele alertou para os riscos externos e internos, especialmente relacionados ao ambiente fiscal, destacando a importância de evitar "gols contra" que possam comprometer a continuidade da redução da taxa.

Ao discutir o mercado de petróleo, Goldenstein previu que o Brasil se tornará o quinto maior produtor de pretróleo e destacou fundamentos que apontam para uma valorização do real em 2024. Ele compartilhou pontos de vista sobre diferentes tipos de ativos e ressaltou a importância de reduzir a incerteza fiscal para fortalecer o ambiente econômico.

Welles Pascoal, CEO da Agrogalaxy, trouxe à tona a preocupação com os altos custos das despesas financeiras devido à taxa de juros elevada. Ele também abordou os desafios enfrentados pelo setor agropecuário ao longo de 2023, incluindo problemas na produção de agroquímicos e desequilíbrios no mercado de fertilizantes. Pascoal expressou a expectativa de estabilidade nos preços dos insumos no próximo ano.

Em conjunto, os especialistas destacaram a necessidade de estratégias cuidadosas diante das incertezas nos cenários nacional e internacional, instigando produtores e investidores a estarem atentos e preparados para as possíveis oscilações nos mercados agropecuário e econômico ao longo de 2024.

Ivan Wedekin resumiu os principais pontos discutidos na última edição do talk show "A Voz do Mercado de 2023". Sérgio abordou a macroeconomia, destacando a incerteza sobre o prêmio de risco em 2024, dependente das contas fiscais do governo. Ele expressou preocupação quanto à entrega das promessas governamentais e questionou se o Banco Central seria mais técnico ou sujeito a pressões políticas. Sérgio previu um crescimento econômico de 3% em 2023, com implicações para o consumo das famílias, especialmente no agronegócio, onde o menor impulso fiscal poderia resultar em redução de empregos.

A incerteza internacional e do prêmio de risco foram destacadas como determinantes para a política econômica e mercados. Wedekin compartilhou a visão de Sérgio de que a renda fixa permanecerá atrativa, enquanto a bolsa oferecerá oportunidades com empresas que podem se beneficiar da queda da Selic. Welles abordou o ajuste no setor agrícola devido à pandemia, prevendo mais estabilidade em 2023. Destacou a necessidade de agilidade na distribuição de produtos agrícolas.

Daniela enfatizou que 2023 foi um ano de aprendizado para os produtores, mencionando desafios como a carência de infraestrutura e o poder de mercado da China, que absorve 70% das exportações brasileiras. A comercialização dos produtos agrícolas foi apontada por Daniela como uma área que precisa ser aprimorada em termos de gestão da propriedade rural. Ela alertou para a disposição do governo argentino em elevar os impostos de exportação sobre produtos agrícolas, comparando isso com uma intervenção deletéria no mercado brasileiro entre 2020 e 2022. Cerca de 15% da receita bruta dos produtores foi transferida para outros setores devido a essa tributação.

Concluindo, Wedekin resumiu as preocupações e perspectivas discutidas no programa, destacando a importância de evitar níveis prejudiciais de intervenção no mercado.

Assista A Voz do Mercado na íntegra

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