Comercialização do tomate orgânico
Um mercado em ascensão e, também, uma alternativa econômica para a agricultura familiar

A comercialização de tomates orgânicos é um mercado em ascensão e, também, uma alternativa econômica para a agricultura familiar. O mercado de orgânicos segue uma tendência mundial, com base nas transformações ocorridas tanto na agricultura com a adesão dos sistemas produtivos sustentáveis, como nas exigências do mercado consumidor, que cada vez mais tem optado por comprar alimentos saudáveis, livres de contaminação por agrotóxicos.
A comercialização compreende uma etapa essencial inclusa no termo final da cadeia produtiva do tomate orgânico. Nessa etapa a produção é escoada através da logística e dos canais de distribuição até alcançar o consumidor final.
A logística de distribuição apresenta dois circuitos distintos: circuitos curtos e longos. De acordo com pesquisa realizada recentemente (PESQUISA, 2017), os circuitos longos de comercialização ainda são os principais meios pelos quais o consumidor acessa os produtos orgânicos, principalmente através das grandes redes de supermercado (varejistas). Posteriormente, a comercialização em circuitos curtos, como é o caso das feiras livres, assume papel fundamental nessa etapa, pois cumpre a função de integrar o produtor e o consumidor final sem a necessidade de intervenção de intermediários.
Além das redes de supermercados (varejo), das feiras livres, existem outras formas de comercialização ainda pouco exploradas pelo produtor, porém não menos importantes. Pode-se citar a comercialização para mercados institucionais, a exemplo o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), e a comercialização para indústrias de processamento de alimentos.
Quanto às formas de apresentação do produto nos pontos de venda (PDVs), os tomates orgânicos podem ser encontrados expostos sem embalagens, vendidos diretamente pelo produtor geralmente em feiras livres (Figura 78). Nas redes de varejo, é muito comum o uso de bandejas de isopor rasas envoltas por filme plástico (Figura 78) e embalagens plásticas transparentes de formatos variados. Contudo, existem diversas outras embalagens que são utilizadas no mercado de não orgânicos e que podem ser utilizadas pelos produtores para diferenciar o seu produto dos demais. Os tomates devem ser acondicionados em embalagens novas, limpas, secas e que não transmitam odor ou sabor estranho ao produto.
Os tomates orgânicos não devem estar mesclados aos tomates provenientes dos sistemas de produção convencional, tanto por ocasião da comercialização quanto na armazenagem e no transporte, para que não ocorra contaminação do produto exposto para venda.
A maior preocupação de um produtor é não ter garantias de lucros sobre os custos de sua produção. Por isso, é importante ele já possuir, de antemão, um receptor para adquirir a sua produção. Outro ponto importante é investir nas janelas de produção, onde o produtor obteria um maior retorno financeiro, pois nessas janelas há uma menor oferta do produto no mercado a um preço mais elevado que a média.
O preço praticado pelo produtor vai depender de diversos fatores, como a oferta de produtos orgânicos na região, a época do ano e, sobretudo, a qualidade do produto. O valor de mercado do tomate orgânico normalmente praticado no litoral Norte Catarinense varia entre R$8,00 a R$12,00 o quilograma, podendo atingir até R$15,00. Há relatos de produtores de outras regiões catarinenses comercializando a produção com valores acima de R$20,00/quilograma, o que torna o tomate orgânico um dos cultivos mais rentáveis dentre as principais espécies vegetais olerícolas.
De acordo com Morales et al. (2017), há um estudo de viabilidade econômica da produção de tomate no Sistema de Produção Orgânica de Tomates em Santa Catarina (Tomatorg) comparando a rentabilidade do tomate orgânico com aquele obtido no sistema produtivo convencional. Segundo os autores, a receita bruta com a produção do tomate orgânico é, aproximadamente, o dobro da receita com a produção do tomate convencional e o lucro líquido da produção orgânica corresponde a 2,7 vezes mais que a convencional. Com isso, os autores concluíram que, seguida as recomendações do Tomatorg, o tomate orgânico é uma alternativa altamente viável e rentável no litoral do Norte Catarinense.
O sistema produtivo de tomates orgânicos possui alguns entraves quando alcança o momento da comercialização, principalmente quando se trata de atributos desejáveis à comercialização. Primeiramente, a aparência externa. Produzir frutos comerciais durante todo o ciclo, com tamanho, formato e cor uniforme, com o mínimo de defeitos, ainda é um desafio. Além disso, o segundo obstáculo é manter uma escala de produção adequada para fornecer em volume e frequência o mercado consumidor. Por último, a sazonalidade da produção e as oscilações da economia, que podem levar o consumidor a optar por produtos com ofertas regulares no mercado e com preços mais acessíveis de acordo com as oscilações da economia atual.
Texto retirado do artigo: Tomatorg: Sistema Orgânico de Produção de Tomates em Santa Catarina
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