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Políticas públicas devem priorizar a conectividade no campo

No RS, o número fica em 1,5 mil torres. Além das torres, também precisam ser aplicados recursos em satélites e fibra ótica


Foto: Pixabay

Os resultados das pesquisas feitas na Câmara do Agro 4.0 deverão ser apresentadas ainda no primeiro semestre deste ano e vão nortear as ações visando atender as demandas para o aumento da inovação tecnológica na agricultura brasileira. A Câmara foi criada em agosto do ano passado, a partir de um acordo de cooperação técnica entre os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Este foi um temas apresentados na Audiência da Comissão de Agricultura do Senado, realizada nesta sexta-feira, 6, no auditório central do Parque da Expodireto Cotrijal, pelo representante do Mapa, Fabrício Vieira Juntolli. 

Para o presidente da Cotrijal e da feira, Nei César Manica, o assunto vem ao encontro de uma das principais iniciativas do evento neste ano, que foi a inauguração da Arena Agrodigital. “Não adianta as empresas terem a tecnologia adequadas se os produtores não tem a conectividade. É aí que entra o poder do Estado, que tem a responsabilidade de atender, de forma efetiva, uma demanda tão importante para o setor produtivo brasileiro”, destacou.

O senador Luiz Carlos Heinze, coordenador da audiência pública, lembrou que, enquanto 1% da população brasileira que mora na cidade não tem acesso à Internet, no campo este número é de 21%. Para melhorar este quadro, lembrou que o leilão para instalação do 5G já está sendo elaborado e deve acontecer ainda este ano. 

Também está sendo feito um levantamento para ampliar a conectividade em todo o Brasil e dados apontam que é necessária a instalação de, pelo menos, 23 mil torres espalhadas por todo o território, principalmente em regiões interioranas. No RS, o número fica em 1,5 mil torres. Além das torres, também precisam ser aplicados recursos em satélites e fibra ótica. 

“Com isso, poderíamos melhorar, e muito o sinal em todo o país. Só que isso demanda custos e para isso estão sendo estudadas formas de financiamento. O Marco das Teles, aprovado em 2019 no Senado, pode contribuir neste sentido, uma vez que com o marco das telecomunicações, mais de R$ 34 bilhões sejam investidos no setor”, explicou o parlamentar. Nos dias de hoje, complementa Heinze, a internet é fonte de inovação, tecnologia, informação e capacitação para o homem do campo e uma importante aliada para a permanência do homem no campo.

Magnum Foletto, presidente da InternetSul, explicou que 40% da conectividade brasileira é realizada por pequenos provedores, principalmente em regiões do interior do Brasil. “O setor vem se organizando para tentar melhor atender às demandas do meio rural. Para isso, trabalha voltado para quatro pilares: conectar as pessoas, conectar máquinas e equipamentos, automatizar os processos de trabalho e buscar precisão e assertividade”. Ele explica que no momento em que for possível atender a estas questões, o resultado é mais investimento no campo, menos êxodo rural e mais produtividade. 

Para o presidente da Federação Cooperativa da Agropecuária do Rio Grande do Sul (Fecoagro), Paulo Pires, é essencial a integração entre o poder público e as cooperativas de eletrificação e companhias elétricas para viabilizar as possibilidades de instalação de fibra ótica no meio rural, para que essa internet possa chegar por meio dessas empresas de luz. “A chegada de um sinal com melhor qualidade nas áreas produtoras é fundamental para que o jovem permaneça no campo e para que as novas tecnologias cheguem ao alcance de todos os produtores”, disse. 
Todos os dados apresentados e debatidos durante a audiência pública serão levadas à Brasília pelo senador Heinze, que vai intermediar e buscar soluções junto aos órgãos responsáveis e aos parlamentares para viabilizar as demandas. 

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