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Dispara inflação, mas fertilizantes e defensivos seguem firmes

Apesar dos graves impactos econômicos globais da guerra na Ucrânia


Foto: Pixabay

Os fertilizantes e seus intermediários, com US$ 6,7 bilhões, e os defensivos agrícolas, somando US$ 9,2 bilhões, representam até abril deste ano nada menos que 40,2% do valor da pauta de importação de produtos químicos no Brasil, aponta a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). As duas classes puxaram também a inflação no setor. 

De acordo com relatório da entidade, houve aumentos de preços de 133,8% nos adubos – de US$ 243/tonelada para US$ 568/t. Nos agroquímicos a inflação foi de 25,3%, passando de um custo médio de US$ 7.200/tonelada para US$ 9.023/t.

Segundo a Abiquim, essa retomada de importações de produtos para o agronegócio impulsionou o deficit comercial para um valor inédito de US$ 17,3 bilhões até abril deste ano. O resultado representa um aumento de 53,5% na comparação com o resultado de igual período em 2021.
 
Nos quatro primeiros meses de 2022, as importações [totais] de produtos químicos movimentaram 17,1 milhões de toneladas, significando um pequeno recuo de 0,5% na comparação com iguais meses do ano passado. É importante lembrar que a base de comparação foi um resultado recorde em toda a série histórica da balança comercial de produtos químicos.

O relatório aponta que as compras externas seguem aquecidas “apesar dos graves impactos econômicos globais da guerra na Ucrânia – especialmente relacionados às dificuldades de oferta, que levaram países até mesmo a restringir suas exportações, e com inéditos patamares de preços internacionais para várias commodities – e dos crescente percalços logísticos com o recente agravamento da questão sanitária da pandemia, especialmente na China, que tem levado à interrupções temporárias da movimentação portuária em polos críticos na movimentação mundial de contêineres e de navios de longo curso”.

Nas exportações de janeiro a abril, acrescenta a Abiquim, verificou-se retração de 4,9% nas quantidades vendidas aos parceiros comerciais brasileiros (de 5,4 milhões de toneladas para 5 milhões de toneladas), resultado que não foi pior devido aos aumentos nas remessas físicas de produtos orgânicos (7,2%) e de resinas e elastômeros (25,5%).

Para o Presidente-Executivo da Abiquim, Ciro Marino, somente por meio uma Política de Estado, de longo prazo, que faça frente aos desafios estruturais da competitividade, com foco na melhoria do ambiente de negócios, no comércio justo e leal, possível somente com um sistema de defesa comercial fortalecido, técnico, pragmático, coeso e isento, é que o País viabilizará sua reativação econômica sustentável e a atração de investimentos produtivos.

“Previsibilidade e segurança jurídica são valores inegociáveis, bem como reciprocidade e respeito às regras fundamentais do Mercosul e da OMC. Em um cenário econômico global turbulento e disruptivo, particularmente agravado pela prolongação dos danosos efeitos da pandemia da COVID-19 e da guerra da Rússia contra a Ucrânia, qualquer processo unilateral de revisão da Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), sem nenhum diálogo prévio com os setores produtivos ou apontamento dos impactos econômicos e regulatórios dessa deliberação, seria devastador para a renda, o emprego e a indústria”, alerta Ciro Marino.

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