Mercado de biológicos cresceu 28% nos últimos 2 anos
Os microbiológicos representaram 71% da área de aplicação
O mercado de defensivos biológicos segue ganhando espaço no Brasil, apresentando números considerados “animadores”. De acordo com um estudo da IHIS Markit/CropLife Brasil publicado no portal especializado AgroPages, nos últimos dois anos até 2020 esse segmento cresceu 28%.
Na moeda brasileira, o mercado disparou a uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 45% ao ano, para R$ 1.033 milhão, com a forte queda do real em relação ao dólar. A área tratada em 2020 totalizou 10,2 milhões de hectares (ha).
Os microbiológicos representaram 71% da área de aplicação dos produtos biológicos nas quatro lavouras pesquisadas: soja, cana-de-açúcar, algodão e café representavam 73% do mercado brasileiro de 2020 para produtos biológicos. Os macrobiológicos, como predadores naturais e parasitóides, respondem por cerca de 29%. Em termos de valor de mercado, a divisão era de 81% e 19%, respectivamente.
Entre as safras pesquisadas em 2020, os bioinseticidas responderam por 45% das vendas, com R$ 342 milhões, os bionematicidas por 42%, com R$ 318 milhões, e os biofungicidas por 13%, ou R$ 94 milhões (US$ 18 milhões)
Por área tratada, os inseticidas ocuparam 61% da área ou 6,3 milhões de ha, os nematicidas cerca de 28% com 2,8 milhões de ha e fungicidas cerca de 11% com 1,1 milhão de ha. Os números incluem produtos macro e microbiológicos.
Os produtos comerciais representaram 78% ou R$ 754 milhões do mercado total, enquanto os produtos on farm (fabricados dentro das propriedades rurais) representaram 22% ou R$ 218 milhões do mercado. Em termos de área tratada, os produtos agrícolas representaram 23% (3,6 milhões de ha) do total de 13,3 milhões de ha.
A principal substância ou ingrediente ativo em 2020 foi o Metarhizium anisopliae, com vendas de cerca de R$ 129 milhões, com valor de mercado total estimado em R$ 972 milhões. Desse total, cerca de R$ 29 milhões foram de produtos agrícolas.
Outros com vendas superiores a R$ 70 milhões incluíram Trichogramma spp, com vendas de R$ 110 milhões, incluindo R$ 25 milhões na on farm. Em seguida veio uma mistura de Bacillus subtilis + B licheniformis por R$ 105 milhões, Cotesia flavipes por R$ 89 milhões, B subtilis por R$ 81 milhões, Beauveria bassiana por R$ 78 milhões, e Trichoderma harziarnum com vendas de R$ 70 milhões. Este último estava totalmente fora da fazenda. O restante do topo foram Bacillus amyloliquefaciens, T asperellum e B thuringiensis.
Autores do estudo, IHIS Markit/CropLife Brasil projetam “grande espaço para crescimento” mesmo entre os usuários de produtos biológicos. A maioria dos agricultores utilizava apenas um produto biológico em 2020, sendo a maior multiplicidade entre os produtores de cana-de-açúcar com média de 1,7 produtos. Além disso, a maioria usou o mesmo produto biológico em 2020 e em 2019.
O estudo envolveu visitas a 1.517 fazendas, das quais 868 aplicaram produtos biológicos. A pesquisa inclui produtos registrados e não registrados (ilegais) do Ministério da Agricultura. Semioquímicos, extratos vegetais e iscas não foram incluídos no estudo.