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Produção de aves e suínos ganha novas recomendações para suplementação com minerais orgânicos

inclusão de ingredientes na dieta dos animais reduz excreção no meio ambiente


Inclusão desses ingredientes na dieta dos animais reduz excreção no meio ambiente e auxilia na qualidade do produto final. Nova edição de tabela de exigências nutricionais para o setor foi apresentada pela Universidade Federal de Viçosa

A Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG) lançou a nova edição das “Tabelas Brasileiras para Aves e Suínos”, considerada uma das maiores referências para a agroindústria mundial na formulação de rações. Essa é a 4ª edição do material, o qual foi apresentado durante o IV Simpósio Internacional sobre Exigências Nutricionais de Aves e Suínos, nos dias 29 e 30 de março, na própria UFV-MG.

A nova edição constatou, por meio de estudos, a eficiência dos minerais orgânicos na suplementação dos monogástricos, a partir do acompanhamento da inclusão dos ingredientes na dieta de suínos entre 30kg e 50kg e em frangos durante o período de crescimento. A análise apontou que, em forma orgânica, os níveis de minerais necessários para o desempenho dos animais são entre 33% e 50% menores do que na forma inorgânica, percentual que varia de acordo com a espécie e destinação para corte ou reprodução. Isso ocorre por conta da biodisponibilidade dos microminerais, que facilita a absorção dos nutrientes no trato digestivo, favorecendo, por exemplo, o ganho de peso e a eficiência alimentar da granja.

Outras vantagens relacionadas a esse tipo de suplementação de formulação orgânica são o menor impacto ambiental e o retorno para o consumidor. “Nossas recomendações do nível de microminerais orgânicos para as dietas têm uma redução significativa, que pode ser de até 50% do teor recomendado para o inorgânico, o que resulta no melhor aproveitamento pelo animal. Então, a primeira coisa a ser considerada é a redução da excreção de microminerais no meio ambiente por meio das fezes, que podemos observar na cama de frango. Isso reduz o risco de contaminação ambiental pela menor deposição de resíduos. E pode, inclusive, beneficiar os consumidores, que vão encontrar mais qualidade nos produtos avícolas e suinícolas por conta do desempenho que tiveram no campo”, explicou o professor do departamento de Zootecnia da UFV-MG, Horácio Rostagno, durante o lançamento da publicação.

Essa é a primeira vez que as tabelas orientam a diferenciação das recomendações da substituição de minerais inorgânicos por orgânicos e de vitaminas para suplementação. Além disso, a professora do Núcleo de Zootecnia da UFV-MG, Melissa Hannas, destacou que a edição contou também com atualizações relacionadas ao desenvolvimento e avanço genético dos animais. “Uma vez que temos avanços genéticos ligados, principalmente, à eficiência alimentar e conversão, tivemos que fazer esses ajustes no consumo e ingestão de nutrientes. Foram recalculadas todas as exigências para energia considerando mantença e produção. Em função disso, se tem a definição de proteína ideal para a formulação de rações. E outra novidade é a relação de nitrogênio essencial, que permite trabalhar com rações mais próximas do que o animal precisa”.

Experiência
No campo, alguns produtores já têm colocado em prática a utilização dos minerais em sua forma orgânica e os resultados têm mostrado eficiência e ganho de desempenho para as granjas. “Assim como os estudos têm comprovado a eficácia dos microminerais orgânicos, já temos acompanhado o desempenho de algumas indústrias na utilização desses ingredientes. Por exemplo, no caso avícola, é possível alcançar melhoras de carcaça, empenamento e produção de ovos. E a inclusão dessa fonte orgânica deve ser uma tendência para os próximos anos, porque está atrelada ao conceito de sustentabilidade, justamente pela questão de resultar em menos excreção para o meio ambiente”, relata a gerente técnica da Alltech do Brasil, Marlene Schmidt.

Evento
Na terça-feira (28), antecipando os debates do evento de lançamento, o doutorando da UFV-MG, Helvio da Cruz Ferreira Junior, compartilhou durante o Simpósio Alltech de Eficiência Mineral, o estudo que realizou sobre o balanço de minerais para aves que auxiliou na elaboração das tabelas. O evento, contou ainda, com a apresentação de outras tendências da nutrição de monogástricos. O professor e doutor da Universidade Federal de Pelotas, Fernando Rutz, expôs alguns estudos sobre a interferência de um animal doente e/ou estressado para produção e reforçou que a estratégia para minimizar esse problema inclui desde vacinação, nutrição, manejo, fisiologia, planejamento e gestão da propriedade, até genética.

O encontro promovido pela Alltech contou, ainda, com uma abordagem global do doutor Ramon Diniz Malheiros, que apresentou as novidades dos Estados Unidos da América na área de nutrição, mostrando que o Brasil tem todas as condições de competir com a produção global. Segundo Malheiros, a indústria e os produtores brasileiros precisam estar atentos as mudanças ditadas pelos consumidores, que incluem a produção livre de antibióticos e sem gaiolas.

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