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Merendas escolares em Santarém são da agricultura familiar

As escolas são protagonistas da boa alimentação


O sinal para o intervalo entre as aulas nas escolas de Santarém, no Pará, toca anunciando a hora do almoço. Em instantes, os refeitórios se enchem de crianças para o momento da alimentação. A partir desse segundo semestre de 2017, o sabor das merendas ficará diferente. E ainda melhor. A sardinha e a almôndega, alimentos enlatados, não farão mais parte do cardápio dos alunos. A mudança trará para os pratos, os alimentos produzidos pelos agricultores familiares da região. 

De acordo com a Secretaria de Educação de Santarém, a alteração ocorrerá para melhorar a qualidade da alimentação das crianças e, principalmente, valorizar a agricultura local. Na Escola Municipal Infantil Irmã Assis de Araújo, a substituição já aconteceu. A coordenadora da unidade, Lindimar Socorro Pereira, trabalha no centro pedagógico há quatro anos e percebe a diferença no apetite dos alunos. “Antes, quando era dia de almôndega, as crianças não comiam. Agora, está vindo mais cará e macaxeira para nós. Achei a mudança maravilhosa e posso dizer que as crianças aprovaram ”, declara a coordenadora.

Além do papel fundamental da família na escolha dos alimentos servidos em casa, as escolas são protagonistas da boa alimentação. Em 2017, o ensino público de todo o país terá orçamento de R$1,24 bilhão para adquirir alimentos da agricultura familiar e utilizá-los na merenda por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Leia mais AQUI

Nascido e criado no campo, o produtor familiar Cidinei Nunes, de 35 anos, está inscrito no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) desde o primeiro ano da política, em 2011. O agricultor também é presidente da Cooperativa de Produtores Rurais de Santarém (Cooprusan), onde auxilia outros 78 agricultores na participação dos programas, como o Pnae e o Programa de Aquisição de Alimentação (PAA). “Recebemos a notícia de que será reduzido alguns itens industrializados da merenda escolar. Ficamos muito felizes com essa notícia. Estamos aguardando a nova licitação, que deve ser lançada ainda neste mês, mas já tivemos muitas melhoras por causa do Pnae, como o crescimento da renda. Conseguimos produzir, comercializar, receber e plantar um pouquinho a mais todo ano”, comenta Cidinei.

Estudo

O Guia Alimentar da População Brasileira, publicado em 2014 pelo Ministério da Saúde, define uma alimentação saudável aquela que é baseada em alimentos que são minimamente processados ou in natura. A nutricionista Camila Maranha explica que uma grande filosofia do guia é evitar alimentos prontos e procurar incentivar as preparações feitas em casa, a partir dos alimentos encontrados em feiras ou supermercados, que não incluam aditivos químicos. “Essa mudança em optar por adquirir produtos da agricultura familiar, com certeza, é interessante do ponto de vista nutricional. Mas é ainda mais interessante na perspectiva do desenvolvimento da economia local. Reconheço como sendo uma fonte mais saudável e de maior segurança alimentar para as crianças”, justificou a especialista.

A nutricionista ressalta ainda que a Lei 11.147/2009 estabelece a aquisição de no mínimo 30% de todo o recurso do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a compra de alimentos provenientes da agricultura familiar. Ela adiciona que o Pnae tem por objetivo contribuir para o crescimento, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo.

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