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PE: Diálogo e compromisso na avaliação da Ater Agroecológica

Entre as práticas realizadas, foram disseminados conhecimentos sobre defensivos naturais e diversificação de culturas


Uma roda de diálogo reuniu representantes da Secretaria Especial de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sead) e líderes de movimentos sociais, agricultores familiares e técnicos agrícolas, entre os dias 20 e 22 de novembro. O encontro aconteceu no Seminário Caminhos para a Sustentabilidade no Campo, realizado pelo Centro Sabiá, no assentamento Normandia, localizado no município pernambucano de Caruaru. 

Os participantes discutiram os resultados das três chamadas de Assistência Técnica de Extensão Rural (Ater) Agroecologia, que foram realizados ao longo de quatro anos e têm previsão de término no final do mês de dezembro. Presentes no evento estiveram o titular da Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrário em Pernambuco (DFDA-PE) e diretor do Programa Dom Helder, Rodrigo Almeida; e o coordenador-geral de Agroecologia e Produção Sustentável da Subsecretaria de Agricultura Familiar, Marco Pavarino.

Na oportunidade, o delegado Rodrigo Almeida destacou que a assistência técnica é prioridade para a pasta. “A Ater é a coluna vertebral da Sead.  O Dom Helder, inclusive, está sendo reforçado. Passamos de 15 mil famílias atendidas na primeira fase, em sete Estados, para uma ampliação que contemplará 60 mil famílias, nesta segunda fase do projeto, em 11 Estados: nove do Nordeste, mais os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que também têm Semiárido.  Além disso, a maior parte dos recursos do Dom Helder será destinado para Ater”, ressaltou.

O coordenador-geral, Marco Pavarino apontou a importância do exercício de olhar para trás e valorizar as conquistas.  “Hoje o país tem uma política nacional de assistência técnica rural, que não existia antes como lei. Dispomos também de uma Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo). Temos um Plano Nacional de Agroecologia e  Produção Orgânica (Planapo) com 193 iniciativas compostas por uma série de ações de Ater de agroecologia. São conquistas importantes que não podemos esquecer. Vamos lutar sempre pela ampliação das chamadas de Ater Agroecologia no âmbito da Sead, do Governo Federal e dos Estados. Os recursos não são muitos, mas essa não é uma política de governo, é uma política de Estado.”

Transformação

Nesses contratos de Ater, o Centro Sabiá difundiu práticas ecológicas de enfrentamento das dificuldades no Semiárido, atendendo a 2,8 mil famílias no Agreste, Zona da Mata e Sertão de Pernambuco.

Entre as práticas realizadas, foram disseminados conhecimentos sobre defensivos naturais, diversificação de culturas, utilização de plantas mais resistentes para alimentação do gado, armazenamento e conservação de sementes de variedade crioula.

De acordo com os relatos dos participantes, a experiência foi marcada pela transformação na vida das famílias, depois de quatro anos da chamada de Ater. 
Foi assim com o agricultor Paulo Martins da Silva, do município pernambucano de Jataúba, pai de seis filhos.“Com a  Ater ganhei minha cisterna, ganhei uma horta no quintal, um filtro biológico e um banco de proteína. Antes, eu passava a metade de um dia para pegar uma lata d’água. Hoje tenho água para beber, cozinhar e para a produção do ano todo. Da horta, além de tirar meu alimento, ainda vendo os produtos dela para ajudar a garantir o sustento da minha família”, conta.

A representante da Associação de Mulheres da Gameleira, do município de Itapetim, Evanice Pereira Soares, resume o impacto da experiência para as mulheres que participaram dos deslocamentos, das atividades de intercâmbio e reuniões:  “O verdadeiro desafio é deixar filhos, casa, animais, pois trabalhamos duramente para poder estar nesses espaços. No final vale a pena”.   

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