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Evento apresenta informações sobre sistemas de lavoura e pecuária integrados

Também foi apresentada a nova cultivar de arroz lançada recentemente, Irga 431 CL.


Cerca de 100 pessoas participaram, nesta terça-feira (26/02), da Manhã de Campo do Convênio Embrapa-Irga, realizada nos campos experimentais da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé. O evento apresentou ao público – formado por produtores, técnicos, professores e estudantes de ciências agrárias – informações técnicas sobre sistemas integrados de lavoura e pecuária, manejo de plantas daninhas da cultura do arroz e manejo de forrageiras consorciadas e em sucessão. Também foi apresentada a nova cultivar de arroz lançada recentemente, Irga 431 CL.
 
Com a apresentação do andamento e dos resultados de diversos trabalhos realizados pela parceria entre Embrapa Pecuária Sul e Instituto Rio Grandense do Arroz, o evento teve como foco central a discussão sobre a importância da integração dos sistemas produtivos da propriedade rural, de forma que a pecuária e a lavoura não sejam mais vistas de forma isolada, mas sim de forma convergente. 

“Significa olhar o todo, não uma cultura isolada, mas um sistema integrado, porque uma atividade interage com a outra. É esse o trabalho que viemos explorando, para ver quais são os aspectos positivos e negativos dessas interações”, destacou o pesquisador da Embrapa, Danilo Sant’anna, que ministrou a estação Sistemas integrados em terras baixas: apresentação do protocolo experimental Embrapa/Irga juntamente com o pesquisador do Irga Júlio Trindade e com o responsável pelo escritório do Irga em Bagé, Juliano Quevedo.  

“De forma geral, estamos entendendo melhor como maximizar uma interação positiva entre uma pastagem e o arroz ou soja, por exemplo, e minimizar os efeitos negativos que às vezes podem ocorrer de uma atividade sobre a outra. A pesquisa está evoluindo para entender esses mecanismos e justamente montar sistemas mais equilibrados e melhores, mas já sabemos que a diversidade em um mesmo ambiente é o que traz a estabilidade, seja para melhorar a fertilidade do solo, para potencializar a produtividade animal e vegetal, para controlar invasoras, para gerar economia pela redução de insumos externos, etc”, completou Sant’anna. 

No mesmo sentido de integração e de diversidade, a pesquisadora Márcia Silveira apresentou a estação Pasto sobre Pasto para terras baixas: cadeias forrageiras não convencionais. Por dois anos foi comparado um sistema convencional onde se desseca a área antes das implantações das pastagens de inverno e verão, com uma área onde o plantio das forrageiras é feito sem dessecação, com espécies de diferentes estações sendo sobrepostas. 

“Os dados de dois anos nos mostram que essa lógica de se trabalhar pasto sobre pasto tem nos possibilitado encurtar períodos de vazio forrageiro e possibilita ganhos mais altos em termos de ganho individual por animal e por área, uma vez que conseguimos ter distribuição de forragem de forma mais homogênea ao longo de todo o período de uso das pastagens. É possível assim encurtar os períodos de vazio e também possibilita ter sempre cobertura vegetal na área de forma a controlar a presença de plantas invasoras”, destacou Márcia. 

A Manhã de Campo contou com mais duas estações: Manejo de plantas daninhas da cultura do arroz, apresentada pelo pesquisador do Irga Paulo Massoni, e IRGA 431 CL e linhagens, apresentada pelo pesquisador do Irga Daniel Waldow. 

“Nessas estações falamos sobre os manejos mais adequados em razão das resistências que as plantas daninhas da lavoura do arroz vêm adquirindo, ou seja, quais as alternativas para controlar o problema, e também apresentamos a nova cultivar lançada pelo Irga, que tem características como um ciclo menor em comparação com as que hoje temos no mercado, qualidade de grãos e resistência a brusone, que é a principal doença da cultura”, resumiu Quevedo. 

Participantes

O gerente regional de Bagé da Emater/RS-Ascar, Eloí Pozzer, destacou a importância do evento por apresentar uma nova cultivar de arroz e as possibilidades de manejo da cultura e da pecuária de forma integrada. “Esse conhecimento é fundamental que chegue ao nosso produtor e sem dúvida ele pode adequar essas tecnologias para a sua realidade, contribuindo de forma significativa para aumentar a lucratividade na propriedade. Aumentando a lucratividade do sistema produtivo todos ganham, a família fica no campo. Então essas tecnologias são imprescindíveis para o desenvolvimento rural”, disse. 

O produtor rural de Dom Pedrito, Vandi Coradini, que trabalha com a integração lavoura-pecuária, também ressaltou a importância das informações apresentadas na Manhã de Campo. “Eu achei muito interessante, principalmente as questões relacionadas à integração pecuária e arroz, e pecuária e soja. Foi possível ver o comportamento dessas cultivares, tanto de arroz como pastagem, ver o custo e como se comportam. O arroz passa por problemas, a soja pode ser vulnerável, e se deve dar mais atenção à integração com a pecuária”, ponderou. 

Convênio Embrapa-Irga

Em 2018 o Convênio de Cooperação Técnica entre a Embrapa e o Irga foi renovado por mais cinco anos, buscando atender às demandas nas áreas de pesquisas, tanto na lavoura quanto na pecuária, principalmente na diversificação do uso das terras, usualmente cultivadas com arroz. Esta parceria entre as instituições já possui seis anos. 

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