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Identificado no Brasil fungo que ataca videiras e oliveiras

Os pesquisadores isolaram o fungo usando amostras de plantas afetadas e identificaram o tipo pelo DNA


Um estudo publicado em uma importante revista de doenças de plantas da Itália traz uma descoberta de pesquisadores do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar (Epagri/Cepaf). Eles identificaram, pela primeira vez no Brasil, um fungo capaz de matar videiras e oliveiras: o Pleurostomophora richardsiae. Os pesquisadores conseguiram isolar o fungo usando amostras de plantas afetadas e identificaram o tipo pelas características do DNA. Depois, comprovaram a capacidade desse microrganismo causar doença em novas plantas de oliveira e videira

 Eduardo Brugnara, um dos pesquisadores que assinam o artigo, explica que plantas cultivadas nos municípios de Itá e Riqueza, no Oeste Catarinense, começaram a apresentar sintomas de amarelecimento, murcha e morte de folhas e ramos, além de manchas escuras na madeira e casca. 

Segundo Maria Cristina Canale, outra pesquisadora, o conhecimento da ocorrência deste fungo é importante para auxiliar na compreensão e solução de problemas de morte de plantas de oliveira e videira, comuns no Sul do Brasil e muitas vezes causada por uma série de fatores em conjunto.

 Apesar de já se saber que a doença pode matar as plantas em casos severos, também serão necessários novos estudos para quantificar os danos que a doença pode causar na produtividade das plantas e na qualidade dos frutos em casos menos graves. Outra demanda que se apresenta é o desenvolvimento de cultivares resistentes ao fungo.

A viticultura é uma cadeia produtiva importante para Santa Catarina. A produção catarinense de uvas comuns, viníferas e de mesa foi de 46,7 mil toneladas em 2017/18, com produtividade média de 14,2 mil quilos por hectare. Esse total representa crescimento de 1% na área colhida e de 3% na produção de uva comum em relação à safra anterior. Por outro lado, a uva vinífera apresentou redução de 17% na área e de 40% na quantidade produzida.

Há vinte anos a Epagri/Cepaf, localizada em Chapecó, desenvolve trabalho com o objetivo introduzir a oliveira no território catarinense, e vem observando boa produtividade em algumas regiões. Atualmente o Estado conta com cerca de 70 hectares cultivados com a planta. Em 2019 já foram produzidos mais de mil litros de azeite extra virgem.
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** Com informações da Epagri

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