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Como aplicar herbicidas pré-emergentes?

Leia sobre os aspectos que influenciam a eficiência de herbicidas pré-emergentes.


Foto: Canva

Os herbicidas pré-emergentes são aplicados após a semeadura da cultura ou até após sua emergência, mas sempre antes da emergência das plantas daninhas, sendo aplicados no solo e sendo absorvidos pelo sistema radicular ou partes emergentes das plantas. São utilizados tanto no preparo convencional quanto no plantio direto. Quando os herbicidas são aplicados em uma superfície plana como o solo, pode-se usar pontas de jato plano, que apresentam melhor distribuição do que pontas de jato cônico. Após a aplicação, a chuva distribui o herbicida de forma superficial e uniforme no solo. Os produtos com baixa solubilidade são os que mais dependem da umidade e chuva para se distribuir no solo.

Quando esses produtos são aplicados em solos secos, ocorre uma maior adosrção do herbicida às partículas do solo, resultando em menor disponibilidade do produto para absorção. Quanto mais tempo o solo permanecer seco, maior será o tamanho desse problema.

Como a distribuição desses produtos é auxiliada pelas chuvas e pela umidade do solo, a aplicação pode ser feita com pontas de distribuição que geram gotas mais grossas. Caso não haja risco de deriva, pode-se reduzir o tamanho das gotas, pois quanto melhor a distribuição do produto, melhor o seu efeito.

Quanto ao momento de aplicação, recomenda-se aplicar logo após a semeadura da cultura, antes da emergência das plantas daninhas, quando o herbicida fica em toda a superfície do solo que não será mais revolvido pela semeadura. É recomendado também evitar aplicar o herbicida com a dessecação pré-plantio, pois nesse momento existem muitos restos vegetais que podem absorver o herbicida. 

Quanto ao sistema de cultivo, ao aplicarmos herbicidas pré-emergentes após a semeadura no sistema convencional, teremos o solo sem cobertura. Porém, ao aplicarmos esses produtos no sistema de plantio direto, teremos grandes quantidades de palhada sobre o solo, que atuarão como barreiras físicas interceptando o produto e retendo-o na cobertura morta, ficando o defensivo exposto à volatilização e/ou fotodegradação (degradação por luz solar). O aumento do volume de aplicação ou a troca da ponta de pulverização não resolvem o problema.

Estudos apontam que uma quantidade de palhada a partir de 5 toneladas por hectare intercepta praticamente todo o herbicida, sendo necessária a ocorrência de uma chuva (cerca de 20 mm) para o produto ser deslocado para o solo e promover o efeito desejado. Quanto mais tempo demorar para vir a chuva, menor a quantidade de defensivo que será levado para o solo. Além disso, nas horas quentes do dia, a temperatura na palhada é mais quente do que a temperatura na superfície do solo ou das folhas, podendo favorecer a degradação e volatilização desses produtos. Geralmente herbicidas aplicados em formulações em suspensão, bem como alguns produtos encapsulados, possuem maior facilidade de serem lavados da palha e chegarem ao solo. Dessa forma, ressaltamos a importância de se conhecer a formulação dos herbicidas pré-emergentes para avaliar se os produtos chegarão ao solo no sistema de plantio direto.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

CAVENAGHI, A. L.; CARBONARI, C. A. Tecnologia de Aplicação de Herbicidas Para o Controle de Plantas Daninhas. In: ANTUNIASSI, U. R.; BOLLER, W. Tecnologia de Aplicação Para Culturas Anuais. 2. ed. Passo Fundo, RS: Aldeia Norte, 2019. p. 283-303.

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