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Abram alas porque o agronegócio quer passar


Amélio Dall’Agnol

O agronegócio é o Brasil que deu certo. A economia brasileira respira com a ajuda deste segmento. Se bem o Brasil ainda é classificado como um país em vias de desenvolvimento, o segmento agroindustrial pode ser considerado de Primeiro Mundo. Seu espetacular crescimento começou na década de 1970, quando o país produzia apenas 20 milhões de toneladas (Mt) de grãos e ainda importava alimentos. A partir dessa época o agronegócio deslanchou, com aumentos mais expressivos no correr das duas últimas décadas. Atualmente produz mais de 250 Mt, com indicativos de crescimento. 

Em 2019, o Brasil produziu seis vezes a demanda interna de alimentos, com destaque para a soja e o milho na agricultura e na carne de frango e bovina na pecuária. Está entre os três maiores produtores e exportadores de grãos e carnes, credenciando-se para assumir a liderança global num futuro não muito distante, dado o enorme potencial ainda inexplorado de terras aptas e disponíveis para produzir mais alimentos. Não falta capacidade técnica e nem empreendedorismo ao agricultor brasileiro para alcançar essa meta; talvez falte maior reconhecimento do cidadão urbano.

Apenas para exemplificar a mudança ocorrida no Brasil vencedor, a produção brasileira de grãos de 1991 era de 58 milhões de toneladas, produzidos em 38 milhões de hectares, com produtividade média de 1.526 kg/ha. Em 2019, a produção esperada é de 252 Mt, produzidos em cerca de 63 milhões de hectares e produtividade média de 4.000 kg/ha. Crescimento de 334% na produção, contra 66% na área, resultado do aumento de 162% na produtividade. 

O crescimento maior deu-se nas culturas da soja e do milho, grãos que fornecem a matéria prima que produz a carne, cujo crescimento acompanhou a dos grãos, conforme pode ser comprovado pela produção da carne de frango, por exemplo: produção média de 0.5 Mt na década de 1970 e 13 Mt em 2019, alavancando o Brasil a líder mundial na exportação deste produto.

E não foram apenas os grãos e as carnes que cresceram em volume e em produtividade. Igualmente cresceram os volumes e as produtividades das pastagens, das fibras, da cana de açúcar, do café, das essências florestais, das frutas, das hortaliças e dos biocombustíveis. E, ainda, além da produção e da produtividade, paralelamente cresceu a qualidade desses produtos e a sustentabilidade dos seus sistemas produtivos. Em suma, um avanço generalizado que merece o reconhecimento da sociedade nacional e internacional. Um resultado que chama a atenção do mundo, cujas lideranças estão observando com interesse, porque o Brasil é um país tropical e as regiões tropicais do Planeta se caracterizam pela baixa produtividade, produção insuficiente de alimentos e extrema pobreza. O Brasil era assim até os anos 70, mas a partir de então reagiu e graças à determinação e empreendedorismo de abnegados agricultores que poucos países podem orgulhar-se de possuir, transmutou-se para melhor.

Faz décadas que o agronegócio brasileiro responde pela quase totalidade dos sucessivos superávits da balança comercial. Na verdade, ele não apenas tem bancado os superávits comerciais do país, como tem contribuído para reduzir os déficits dos demais segmentos da economia. Por esta razão, os superávits do Brasil quase sempre são menores do que os superávits do agronegócio. São, portanto, injustas as críticas que o setor agrícola recebe de segmentos da própria sociedade brasileira, responsabilizando-o pelas mazelas sociais e ambientais do país, quando, quem mais contribui para amenizar esses problemas é justamente o setor agrícola. Ao invés de ser vilipendiado pela crítica dos radicais político-ideológicos, o que o agricultor mais merece é reconhecimento da sociedade pelo barateamento dos alimentos que consome. 

Segundo a senadora Kátia Abreu, ex Ministra da Agriultura, é lícito afirmar que “o agronegócio é a Comissão de Frente da economia brasileira” 


 

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