
A colheita do café processa-se em curto período, levando em média 75 dias úteis ou 3 meses corridos. A quantidade de café existente na planta, a quantidade de café caído no chão e o tempo de duração da safra são os fatores a serem considerados para o início da colheita. É importante que todos os fatores de produção estejam adequados conforme a exigência da cultura, pois se trata de um produto em que o preço é pago baseado em parâmetros qualitativos e, por isso, de nada adiantará proceder uma colheita eficiente e com qualidade, se os demais fatores não estiverem adequados. Portanto, toma-se de especial importância o conhecimento das diversas operações que constituem a colheita, tais como:
- Arruação: É a operação de limpeza da área ao redor e sob o cafeeiro. Esta limpeza consiste em remover a terra solta, plantas daninhas e detritos, amontoando-se esse material nas entrelinhas. Essa operação deve ser feita antes que os frutos comecem a cair no chão;
- Derriça: É a operação de retirada do fruto da planta. A derriça pode ser feita no chão limpo ou sobre panos colocados sob o cafeeiro;
- “Varrição”: É a operação de amontoa e recolhimento do café caído no chão. No caso da derriça feita no chão, a “varrição” é feita antes, para separar o café caído do café derriçado. Para derriça no pano, a “varrição” é feita posteriormente;
- Recolhimento: Operação também conhecida por levantamento do café, consiste no ajustamento do café varrido ou derriçado. · Abanação: É o processo de limpeza do café varrido ou derriçado, separando-se folhas, gravetos, torrões, pedras, etc;
- Abanação: É o processo de limpeza do café varrido ou derriçado, separando-se folhas, gravetos, torrões, pedras, etc.
- Transporte: É a operação de retirada do café já recolhido da lavoura e sua condução para o terreiro, onde prosseguem as operações de pós-colheita.
Classificação dos Sistemas de Colheita
A colheita do café constitui-se em uma série de operações, como as anteriormente citadas, que podem ser realizadas de maneiras distintas dentro de uma seqüência flexível, a exemplo da “varrição”, que pode ser feita antes ou após a derriça, da derriça, que pode ser no chão ou no pano de abanação ser na lavoura ou no terreiro após o transporte, etc. Os mecanismos utilizados para se realizar as operações e a ordem das mesmas definem os sistemas de colheita, que podem ser classificados como segue:
• Manual: É o sistema que pode ser considerado convencional por ser o mais utilizado. Nele, as diversas operações da colheita, com exceção do transporte, são realizadas a partir de serviços manuais, demandando grande mão-de-obra.
• Semi-mecanizado: Consiste na utilização intercalada de serviço manual e máquinas para a execução das operações de colheita. Este sistema varia muito, podendo ter apenas uma ou quase todas as operações realizadas mecanicamente. É um sistema que tende a crescer muito, podendo atender a pequenos e grandes cafeicultores.
• Mecanizado: Neste sistema considera-se que todas as operações de colheita são realizadas mecanicamente, sendo um sistema mais difundido e empregado em propriedades grandes e tecnificadas, com topografia favorável. Apesar de esse sistema ser chamado de mecanizado, não dispensa totalmente o uso de serviço manual, pois as máquinas não conseguem colher todos os frutos da planta. Os frutos que permanecem após a derriça mecânica são, posteriormente, retirados por meio de uma operação manual denominada "repasse".
Essa classificação dada aos sistemas de colheita tem um caráter de ordem prática, pois como se verifica no sistema manual, o transporte geralmente é feito utilizando outros meios, que não o homem, e no sistema mecanizado, é necessária a mão-de-obra para o repasse. Dentre as operações da colheita, a arruação e a abanação são as mais fáceis de serem mecanizadas.
Hoje, tecnicamente os sistemas de colheita variam de manual a mecanizado, em função do maior grau de utilização de mão-de-obra ou de máquinas, na execução das operações. A tendência que se verifica é uma expansão do sistema semimecanizado com o emprego equilibrado de mão-deobra e máquinas, principalmente em regiões onde a topografia, o tamanho ou espaçamento das lavouras são limitantes para a colheita mecanizada.
José Luis da Silva Nunes
Engenheiro Agrônomo, Dr. em Fitotecnica