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Produção integrada de morango reduz uso de químicos

Método reduz em seis vezes a quantidade de agrotóxicos



A Produção Integrada de Morango vem ganhando novos patamares no interior de São Paulo. Produtores de Atibaia e Jarinu, na região da grande Campinas, estão certificados desde 2011 com um selo que indica a procedência do morango. Agora produtores de Piedade também aderiram a esse tipo de produção.

O sistema agrega valor ao produto, principalmente, por usar dez vezes menos defensivos químicos, aumenta a produtividade, com ganhos para o meio ambiente e segurança alimentar. Só são permitidos agrotóxicos registrados e usados em último caso. O programa otimiza técnicas de plantio, manejo, colheita e pós-colheita. Para a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Fagoni Calegario, "A certificação foi um passo importante que permitiu aos produtores comprovar, por meio de diversas evidências, que todas as boas práticas agrícolas e de fabricação foram adotadas, gerando um morango de alta qualidade e segurança. Essa comprovação torna-se cada vez mais importante no cenário atual, em que a inocuidade dos alimentos e a sustentabilidade consolidam-se como fatores de competitividade das cadeias agrícolas", acredita Calegario.

São sete produtores certificados apenas em São Paulo, que cultivam aproximadamente 100 mil pés de morango em dois sistemas: solo e semi-hidropônico (hidropônico cultivado em substrato), com ótimos resultados, de acordo a pesquisadora. Desde as primeiras etapas são observados critérios técnicos e adotadas as boas práticas agrícolas. Os produtores certificados no país somam um 1,5 milhão de quilos de produção. 

Nos dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o morango sempre ocupava lugar de destaque entre os produtos com mais resíduos de agrotóxicos. Por isso a Produção Integrada entra como alternativa para os produtores conquistarem mercado, aliando a prática ao Manejo Integrado de Pragas (MIP) que reduz o percentual de defensivos.

Uma pesquisa da engenheira agrônoma Larissa Iwassaki mostrou que o controle biológico de ácaro-rajado com o manejo biológico permitiu reduzir em seis vezes a quantidade de agrotóxicos, diminuindo os custos do controle químico a quase um décimo do valor gasto na produção convencional. Uma diferença que pode ser compensada pela maior valorização do produto gerado em PIMo pelo mercado, produtividade por planta quase duas vezes maior e pelas vantagens ambientais e de saúde que proporciona.

Uma das razões de a parcela da PIMo apresentar menor infestação dessa praga foi a presença nessa lavoura do ácaro predador Neoseiulus californicus, um inimigo natural do ácaro-rajado. Para isso, os pesquisadores usaram um acaricida seletivo, o que ajudou a preservar o predador da praga e a controlá-la.

Uma vez implantado o sistema de produção integrada e garantidas as boas práticas nas instalações de apoio – casa de embalagem, local para armazenamento de agrotóxicos, local de guarda de ferramentas e equipamentos, instalações higiênico-sanitárias (banheiros e lavatórios), local para lavagem e guarda de equipamentos de proteção individual (EPI) e local para guarda de objetos pessoais e a rastreabilidade - um serviço de certificação de terceira parte (oferecido por certificadoras) deve ser contratado para comprovar o cumprimento de todos os requisitos das normas técnicas. Em caso de adequação, o produtor poderá se beneficiar da utilização de um selo de identificação da conformidade, o selo Brasil Certificado – Agricultura de Qualidade.
 

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