Pela primeira vez na agricultura goiana, a área a ser plantada com o sorgo na safrinha deve superar a de milho no mesmo ciclo. A previsão é do engenheiro agrônomo Adriano Vendeth de Carvalho, diretor da empresa de consultoria e planejamento agronômico SoloBrazil, que alerta os produtores para o planejamento da safrinha.
O agricultor deve estar atento ao calendário, enquanto mantém os cuidados com a lavoura de verão, porque algumas culturas são mais suscetíveis à baixa umidade e têm de ser plantadas cedo. Quem pretende aproveitar o fim das águas para outra produção certamente fez a semeadura da primeira em data conciliável com a formação da segunda.
Caso a decisão só venha a ser tomada agora, convém escolher a planta conforme o dia em que terminar a primeira colheita, liberando o terreno para a seguinte. Sem desprezar outros fatores importantes, como o mercado e a necessidade de rotação. O certo é plantar espécie de família diferente da anterior, para quebrar o ciclo de pragas e doenças típicas da cultura colhida.
Entre as mais cultivadas no período, o feijão é a de maior exigência hídrica. Tem de ser semeado logo, da segunda quinzena de janeiro aos primeiros dias de fevereiro. Pelo menos por enquanto, o mercado não está muito favorável ao grão, com demanda reprimida no Brasil. A culpa seria da queda de renda do consumidor e da alta do arroz, que tem primazia sobre o feijão na cozinha do brasileiro, analisa o engenheiro agrônomo.
Vendeth prevê continuidade do crescimento da área de sorgo, que pode ser plantado até 10 de março e é concorrente direto do milho por espaço no ciclo de fim das chuvas. Já o milho e o girassol, devem ir para o solo até o dia 15 ou 20 de fevereiro, para evitar queda acentuada na produtividade. O trigo também não pode atrasar, tem de ser semeado até 15 de fevereiro.