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A importância do associativismo para a pequena propriedade rural


Mario Hamilton Villela

Necessário se torna estimular a capacidade de organização dos pequenos agricultores brasileiros, provocando a criação de atividades conjuntas, despertando o associativismo para, de uma forma  conjunta, enfrentarem os seus problemas.

Para tal, os organismos nacionais de desenvolvimento rural ou de política agrícola devem procurar orientar, estimular e conscientizar o pequeno produtor para aquisição de bens e insumos em forma associativista, mostrando-lhes que conscientes, organizados e participativos poderão auxiliar na consecução de seus problemas prioritários.

            O associativismo, formal ou informal, proporcionará condições para que o agricultor cresça, passando a assimilar melhor as técnicas agrícolas e administrativas, participando e interferindo, positivamente, no processo de comercialização. A agricultura em grupo proporciona condições para obtenção de resultados na economia de escala, na participação e capacitação, na utilização de máquinas e equipamentos, na oferta de trabalho, na preservação do meio ambiente, na estabilidade e renda, assim como, na utilização dos escassos serviços públicos.

            Essas medidas serão decisivas para fixar o pequeno proprietário rural na terra, evitando a fuga do homem do campo para a periferia dos grandes centros urbanos, reduzindo, também, o fantasma do êxodo rural, que agrava drasticamente o desemprego, estimulando a marginalização e a criminalidade.

            Cabe aos órgãos institucionais gerar tecnologia assimilável ao nível da propriedade rural, tentando mostrar aos pequenos produtores o momento adequado de substituir, economicamente, de uma forma racional, uma tecnologia por outra, enfatizando, claramente, que a tecnologia só será viável quando for econômica. Estimular condições para a geração de tecnologias apropriadas à realidade da pequena propriedade rural, pelos financiamentos de projetos de pesquisa que atendam às verdadeiras necessidades da agricultura brasileira, não voltadas só para o interesse do capital industrial.

            Então, deve ser reformulada a política voltada ao setor, para proporcionar o mínimo de estímulo que alcancem a totalidade desses agricultores, em vez de buscar soluções caras e complexas, muitas vezes inacessíveis à maioria deles.

            Investir mais em escolhas no meio rural, no treinamento da população rural, melhorando, urgentemente, a qualidade da mão-de-obra familiar dessas pequenas propriedades. Só se conseguirá aumentar a renda da agricultura, da pequena propriedade  com melhoria do nível cultural desta população.

            Os pequenos produtores agrícolas brasileiros apoiados, orientados, educados e em regime associativista, deverão encontrar a saída para a equação de seus inúmeros problemas na medida em que se organizarem e tiverem a capacidade de defender seus próprios interesses.

            Naturalmente, para essa reformulação, é imprescindível contar com o apoio e participação de todas as instituições e profissionais que, direta ou indiretamente, estão ligados ou relacionados com a agricultura. Destaca-se, neste contexto, o profissional de Ciências Agrárias, um dos principais formuladores e executores das políticas de desenvolvimento rural e de quem se pode esperar um importante  aporte à solução dos problemas dos pequenos agricultores porque é o elemento que atua na investigação, extensão e demais serviços de apoio ao campo. 

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