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O risco (nenhum) dos alimentos modificados geneticamente


Amélio Dall’Agnol

Novidades no mercado, nem sempre são absorvidas com naturalidade pelos consumidores. Alguns produtos sofrem restrições por parte de setores da sociedade, seja porque eles afetam os seus interesses econômicos ou porque mexe com suas crenças ideológicas ou religiosas. Foi, por exemplo, o que aconteceu em Londres no século XIX, quando os donos de carroças se rebelaram contra o surgimento do automóvel, dada a possibilidade de perderem seus ganhos financeiros pela adoção do novo transporte por parte da população. De forma semelhante, a entrada em operação do Uber no Brasil está revoltando os taxistas.  

Venceu o automóvel, em desfavor das carroças e vencerá o Uber, em desfavor dos taxis, pelas vantagens coletivas sobre os interesses individuais. Os donos de taxis terão que melhorar os serviços que prestam à população se quiserem continuar a sobreviver com êxito na atividade. Assim é neste planeta. Não adianta lutar contra os moinhos de vento, igual um Don Quixote.

O que não podemos conceber é que, por temor das críticas de quem defende o status quo, a sociedade retroceda e se veja privada de produtos que poderiam melhorar o seu bem estar físico e social. Tampouco se pode permitir que, em nome de potenciais desenvolvimentos úteis para a população, os obtentores de novas descobertas se sintam autorizados a relaxar os controles sobre a qualidade dos novos produtos e sobre as ferramentas utilizadas na sua obtenção.

Entre os desenvolvimentos que mais impactaram a produção agrícola recentemente estão os cultivos geneticamente modificados (transgênicos), que, por causa de pequenas modificações genéticas incorporadas ao seu DNA, tornaram-se capazes resistir a pragas e a doenças, além de outras vantagens, como produzir alimentos de melhor qualidade – óleo de soja com maior teor de ácido oleico, por exemplo.

Se bem o maior contingente de humanos concorda com os benefícios trazidos pelos produtos geneticamente modificados, estes são constantemente questionados sobre seus potenciais riscos à saúde de humanos, animais e ao ambiente, apesar das exaustivas medidas de controle utilizadas nos laboratórios e a campo, onde são tomadas medidas adicionais para garantir que o produto, uma vez liberado para desfrute do mercado, não deixe dúvidas quanto à sua total segurança. 

Além dos benefícios supra citados, os cultivos transgênicos podem propiciar redução na emissão de CO2 na atmosfera pelo menor uso de máquinas e equipamentos que queimam combustíveis fósseis para operar e produzem o CO2 que causa o efeito estufa.
A prova mais robusta da inocuidade dos produtos transgênicos está nos mais de 20 anos de consumo sem nenhuma informação negativa sobre a saúde de humanos e animais, ou danos ao ambiente.
 

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