Açaí é o ouro negro da região Norte
Estudo irá desenvolver metodologias para orientar agroindústrias a ampliar a qualidade e a segurança da produção
Economicamente viável, o açaí é motivo de diversos estudos realizados por Universidades e Centros tecnológicos espalhados pelo mundo. Os resultados corroboram a importância da fruta e atestam a salutabilidade que ela proporciona, graças a sua riqueza de nutrientes. A mais recente é a pesquisa realizada entre o Centro Tecnológico da Universidade Federal do Pará e a Unidade de Bioquímica e Nutrição da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. Os estudos concluem que, rico em lipídios, a fruta possui um valor energético duas vezes superiores ao do leite, e a elevada quantidade de vitamina torna o açaí um antioxidante natural, importante na eliminação dos radicais livres.
Segundo Solange Mota, presidente do Sindicato de Fruticultura do Pará (Sindfrutas) e diretora comercial da empresa Sucasa, que exporta a fruta desde 2000, o açaí é uma "hiperfruta". "Vemos essa opção como uma forma de dinamizar a região, gerarmos mais empregos, além de manter o homem no campo preservando o meio ambiente, pois ele não derruba mais árvores para extrair palmito, já que o foco é a fruta", afirmou Solange. A cadeia produtiva do açaí é sustentável pela sua forma de manejo e por prevenir a liberação de gás carbônico, pois, depois de despolpado, o caroço da fruta é utilizado como combustível para alimentar as caldeiras nas empresas da região.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a extração brasileira de açaí, por municípios em 2006 foi de 101.345 toneladas, com a cidade de Limoeiro do Ajuru (PA), liderando o ranking totalizando 16.644 toneladas. Com o objetivo de acompanhar esse mercado e trabalhar constantemente para o crescimento organizado da região, o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf) em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), desenvolvem desde o inicio de 2008 um projeto de pesquisa inovador, que conta também com o apoio do Sindfrutas, a Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Pará e outras entidades.
O estudo irá desenvolver metodologias para orientar agroindústrias a ampliar a qualidade e a segurança da produção. O objetivo é quantificar os fatores que afetam a qualidade da fruta, para desenvolver de maneira tecnológica ferramentas e elevar o açaí a contínuos patamares de evolução, além de garantir a segurança para a comercialização e impedir que barreiras atrapalhem o desenvolvimento de sua cadeia produtiva. As informações são da assessoria de imprensa do Ibraf.